Vídeo: polícia russa detém crianças que levaram flores e cartazes para a embaixada da Ucrânia

Publicado em 03/03/2022, às 13h30
Reprodução/Twitter/Dmytro Kuleba
Reprodução/Twitter/Dmytro Kuleba

Por TNH1 com Kcrw

As crianças, as flores e os cartazes feitos à mão dizendo "нет войне" - Não à Guerra. O grupo formado por famílias que tentou deixar sua mensagem do lado de fora da embaixada da Ucrânia, em Moscou, e por isso foi detido pelas forças de segurança da Rússia. Essa é a história que ganhou repercussão mundial, sobre cinco crianças, com idades entre 7 e 11 anos, que foram com suas mães visitar a embaixada na terça-feira.

A excursão poderia ter servido como um lembrete de humanidade compartilhada, mesmo durante um conflito. Mas a polícia em Moscou não viu dessa forma. Eles detiveram as crianças e os pais, colocando-os em uma cela. Os policiais gritaram com os pais, ameaçando que as "mães corajosas" pudessem perder seus direitos parentais, de acordo com Alexandra Arkhipova, que postou fotos e um vídeo da provação em sua página no Facebook.

As placas das crianças de Moscou incluem imagens do que, pelo menos por enquanto, parece ser uma equação impossível: uma bandeira russa seguida por um sinal de mais e uma bandeira ucraniana, igual a um coração. O caso chamou a atenção do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, que compartilhou imagens das crianças e disse que era mais um sinal do preço que a guerra do presidente russo Vladimir Putin contra a Ucrânia está cobrando das crianças. Referindo-se a Putin enquanto discutia as crianças sendo detidas em Moscou, Kuleba disse: "É assim que o homem está assustado".

(Reprodução/Twitter/Dmytro Kuleba)
(Reprodução/Twitter/Dmytro Kuleba)
(Reprodução/Twitter/Dmytro Kuleba)

Arkhipova disse que transmitiu detalhes sobre as prisões ao site OVD-info, que monitora possíveis abusos policiais na Rússia. O site postou um vídeo do que dizia ser o momento da prisão. Na filmagem, os crias de uma criança podem ser ouvidos ecoando pela rua onde várias viaturas da polícia estavam concentradas.

Arkhipova, especialista em antropologia e pesquisadora da universidade RANEPA, diz que as duas mães são Ekaterina Zavizion e Olga Alter. Ela diz que eles foram presos junto com seus filhos, Liza, 11, Gosha, 11, Matvey, 9, David, 7, e Sofya, 7. "A mostrou a uma das mulheres um anexo de vídeo com uma menina chorando de dentro da cela 'a tarefa é que menos pessoas se reúnam e digam que são contra a guerra'", The Moscow Times. Porém, o vídeo mostra uma mãe explicando ao filho por que foi presa pela polícia na Rússia.

Depois que eles foram inicialmente detidos, o grupo foi informado de que eles poderiam ter que passar a noite em uma cela. Mas, Arkhipova disse em uma atualização, eles foram liberados e agora estão enfrentando possíveis datas judiciais e multas. “Neste momento, precisamos da ajuda da comunidade, da ajuda de jornalistas e ativistas de direitos humanos”, disse ela, ao compartilhar a história no Facebook, Telegram e outras plataformas.

Na segunda-feira, as autoridades russas detiveram cerca de 6.400 manifestantes antiguerra desde o início da invasão na semana passada, segundo o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

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