Wagner Moura critica PL do streaming e pede que Lula fique atento

Publicado em 10/12/2025, às 12h58
Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais

Por Eduardo Moura/Folhapress

Wagner Moura criticou um projeto de regulamentação do streaming, considerando-o bizarro por permitir que grandes plataformas utilizem parte do dinheiro destinado a conteúdos próprios, o que pode prejudicar a indústria audiovisual brasileira e a autoestima do país.

O projeto, aprovado na Câmara, exige que plataformas pagas como Netflix e Amazon Prime contribuam com 4% da receita bruta anual para a Condecine, enquanto plataformas abertas como YouTube e TikTok pagarão 0,8%, sem possibilidade de dedução.

Moura pediu ao Ministério da Cultura e ao presidente Lula que defendam a autonomia do Brasil nesse assunto, ressaltando a importância de garantir recursos para o Fundo Setorial do Audiovisual e fomentar a produção independente nacional.

Resumo gerado por IA

O ator Wagner Moura chamou de bizarro o projeto de regulamentação do streaming em um vídeo que circula nas redes sociais nesta quarta (10). Ele critica o fato de o PL permitir que grandes plataformas usem o dinheiro devido em conteúdos próprios.

"São projetos muito ruins, não só para o setor audiovisual brasileiro da cultura um setor que gera emprego, gera renda, um setor econômico importante, como, de um modo geral, ruim para o Brasil, para a autoestima, para a autonomia do país", afirma a estrela de "O Agente Secreto", filme pelo qual foi indicado ao Globo de Ouro de melhor ator nesta segunda.

A lei define que as plataformas de vídeo que atuam no Brasil, pagas ou abertas, deverão pagar a Condecine, a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional.

O texto do relator Doutor Luizinho (PP-RJ), aprovado na Câmara, estabelece que plataformas fechadas, como Netflix, Prime Video, Globoplay, Apple TV+ e Disney+, paguem uma alíquota de 4% calculada em cima da receita bruta anual das empresas.

Na avaliação do ator, a alíquota é muito baixa, levando em consideração o tamanho do mercado consumidor brasileiro, um dos maiores do mundo no que se refere a streaming.
A maior parte do valor devido pelas grandes plataformas poderá ser deduzido na forma de investimento direto em licenciamento nas produções brasileiras que elas escolherem —o teto de dedução será de 60%.

Já plataformas abertas, como YouTube, TikTok, Instagram e Kwai, deverão pagar 0,8%, no máximo, mas sem a possibilidade de dedução direta.

"O ponto mais bizarro é o fato dessas empresas poderem usar esse dinheiro, parte do dinheiro da taxação, para investir em seu próprio conteúdo", afirmou Moura. "Eu quase não entendo o que isso significa, é um dinheiro que deveria estar indo para o Fundo Setorial do Audiovisual e um dinheiro que deveria estar indo para fomentar a produção independente brasileira."

Os recursos da Condecine alimentam o Fundo Setorial do Audiovisual, que é de onde saem editais de outros tipos de fomento para a indústria cinematográfica do Brasil.

"Queria deixar aqui esse recado para que o Ministério da Cultura do Brasil entre nesse jogo defendendo a autonomia do país nessa questão e que o presidente Lula fique atento a isso. É um momento importante, não só para o setor audiovisual brasileiro mas para a autoestima do país, para a soberania do país."

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