"Vou morrer buscando por justiça", diz irmã de suspeito da Chacina de Guaxuma

Publicado em 11/01/2016, às 19h11

Por Redação

A família de Daniel Galdino Dias, apontado pela polícia como único autor do crime que ficou conhecido como Chacina de Guaxuma, ocorrido em 8 de novembro de 2015, contesta versão da polícia e afirma que o pescador e pedreiro é inocente.

Segundo a irmã do suspeito, a empregada doméstica Marilda Dias, a investigação da polícia sobre os assassinatos do casal Evaldo dos Santos e Jailza Oliveira Paz, e os filhos Guilherme e Maria Eduarda, não convenceu. Segundo ela, a polícia só levou em conta o depoimento do único sobrevivente do massacre, uma criança de cinco anos.

“É uma injustiça, meu irmão é trabalhador, inocente. Somos pobres, eu sou empregada doméstica, minha mãe também, meu irmão é pescador, sei que devemos temer e tememos. Mas se tiver que morrer, vou morrer buscando por justiça” - afirmou.

Além disso, Marilda disse que há mais de 15 dias não tem notícias do irmão, que estava preso no Cadeião e foi transferido para o Cyridião Durval, sem o conhecimento da família. “Ontem eu fui visitar o Daniel, que estava em um módulo seguro, fui revistada e tudo, e na hora me avisaram que ele tinha sido transferido. Quer dizer, não sabemos de nada, se ele está vivo ou morto. Entrei em desespero, desmaiei”, contou.

De acordo com Marilda Dias, Daniel teria sido preso no dia 21 de novembro de 2015, sob outra acusação. Há cerca de dez anos, a doméstica contou que o irmão tinha sido preso por furto, mas a família juntou dinheiro, pagou advogado e tudo tinha se resolvido. “Ele errou, todo mundo erra. Mas isso foi uma vez há muito tempo. Ele tem seis filhos, vive bem com a esposa, que está grávida do sétimo, e mal conhecia a família que foi assassinada. Eu sou mãe, esse crime foi horrível, se ele tivesse realmente feito isso, a gente já tinha largado a mão”, explicou.

Reconhecimento

A versão da família sobre o reconhecimento de Daniel pela criança que sobreviveu à chacina é que o menino já havia tido contato com o suspeito alguns dias antes do crime. Segundo Marilda, o pescador não tinha uma amizade com Evaldo, que morava na região há apenas 14 dias, mas o cumprimentava.

“Dias antes, Evaldo estava com esse menino quando Daniel passou com os peixes e falou com ele. Aí o menino ficou brincando, tocando nos peixes e meu irmão chegou a dar um pra ele. No dia do crime, Daniel e mais um monte de gente foi lá no local e quando o menino abriu os olhos só viu ele de conhecido”, argumentou.

Quando Daniel Dias foi preso e apontado como o único autor, ainda segundo Marilda, a polícia chamou a família e disse que o motivo da chacina seria devido a uma “sedução”. “Logo depois, para a imprensa, o delegado disse que tinha sido por causa de um barco e disse a gente que meu outro irmão teria contribuído com a polícia, o que não aconteceu. Ainda disse para a gente que ele fez aquele crime todo em vinte minutos”, disse.

A família espera, agora, que a polícia apresente as impressões digitais de um baú que teria sido arrombado por Daniel em busca de uma quantia de dinheiro, que Evaldo usaria para comprar um barco ao irmão do suspeito.  

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