Alagoas

Habilitação pela "metade do preço" faz centenas de vítimas em Arapiraca

25/04/18 - 10h11
Alysson Antônio / Rádio Pajuçara FM Arapiraca

Cerca de 200 pessoas foram vítimas de um prejuízo de no mínimo R$ 600 cada uma, pagos a uma empresa que prometia preços muito abaixo da média para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em Arapiraca.

O Grupo JC, que agora responde por estelionato, oferecia um desconto de cerca de 50% para os clientes obterem a habilitação, e alegavam que o valor era baixo por se enquadrar no projeto "CNH Social", por meio de uma suposta parceria com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). No entanto, a CNH Social nem sequer está implantada em Alagoas.

Segundo informações do delegado Thiago Prado, cerca de 100 vítimas já compareceram à delegacia para realizar o Boletim de Ocorrência após verificar que a escola estava fechada e não conseguir contato com o dono, José Cícero Batista dos Santos, de 26 anos. "Ele começou a fazer propaganda no fim do ano passado, atraindo as pessoas pelo baixo preço. Elas começaram a pagar no início do ano", explicou o delegado. 

O JC era, na verdade, uma empresa varejista de equipamentos de informática e não tinha vínculo com o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores (SindCFC), conforme afirmou ao TNH1 o presidente da entidade. “É importante dizer isso porque mancha o serviço que prestamos. Temos 110 autoescolas no estado capacitadas para o trabalho. Além disso, a CNH Social ainda não entrou em vigor em Alagoas”, relatou o presidente, João Batista.

As vítimas efetuaram pagamentos que variaram entre R$ 599 e R$ 800, quando o custo real pelo serviço é em média R$ 1260, para categoria B, e R$ 1750 para AB.

Um mandado de prisão contra José Cícero já foi expedido e ele é considerado foragido.

O TNH1 tentou entrar em contato com o responsável pela empresa, mas os telefones indicados no perfil da empresa no Facebook não estavam disponíveis para receber ligações.

CNH Social em Alagoas

De acordo com o preside do SindCFC, o projeto da CNH Social em Alagoas foi apresentado pelo deputado estadual Tarcizio Freire, mas foi vetado na Assembleia Legislativa, tendo que ser alterado, e ainda não entrou em vigor no estado. “Ainda assim, o programa não tem vínculo com a iniciativa privada, é realizado pelo governo, nas esferas municipais, estaduais e federal”, explicou.