Futebol

Com dúvidas no meio, Ney da Matta desenha o CSA para pegar o Sampaio

21/07/17 - 19h25
Pei Fon / Portal TNH1

Em uma das últimas atividades antes de pegar o Sampaio Corrêa no domingo (23), às 16h, no Estádio Rei Pelé, em Maceió, o técnico Ney da Matta revelou algumas dúvidas para escalar o meio-campo do CSA. O treinador concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira (21), no campo da AABB. 

Sem Boquita, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, Ney confirmou os retornos do lateral Dick e do zagueiro Jorge Fellipe para o time titular. Ambos cumpriram suspensão contra o ASA na última rodada. 

"Na verdade a volta do Dick e do Jorge estão confirmadas. Estamos em dúvida quanto ao Marcos Antônio com o Michel Schmöller e o Daniel Costa com o Didira por dentro. Essa é a preocupação que nós temos. Vamos treinar ainda amanhã, tentar fazer uma bola parada, ajustar algumas coisas e ver se domingo fazemos um grande jogo", comentou. 

A provável escalação do Azulão para a 11ª rodada da Série C do Campeonato Brasileiro é com Mota; Dick, Thales, Jorge Fellipe e Rafinha; Dawhan, Marcos Antônio (Michel Schmöller), Edinho, Daniel Costa (Didira) e Michel; Daniel Angulo. 

O treinador cobrou mais poder ofensivo da equipe em campo e citou uma jogada no treinamento desta tarde como exemplo. 

"A gente precisa achar uma situação ainda de jogo por dentro. Acho que precisamos finalizar mais, finalizamos pouco nos jogos. Essa é uma dificuldade do futebol brasileiro. A maioria dos gols sai de bola parada. O brasileiro tem aquela situação de entrar na área, querer fazer o gol. Hoje mesmo cobrei do Edinho, na cara do gol, quis driblar o goleiro. Para quê? Faz o gol logo e define". 

Na liderança da chave, o Azulão tem 19 pontos e está a quatro pontos do vice-líder Fortaleza. Quem também tem 15 é o Sampaio, que perde no saldo de gols para o Tricolor e ocupa a terceira posição. O quarto colocado é o Botafogo-PB, com 14 pontos. Os quatro times se enfrentam nesta rodada, o que pode embolar a tabela ou ajudar o CSA a disparar na pontuação. 

Veja outros trechos da entrevista coletiva com o técnico Ney da Matta. 

Estreia de Daniel Angulo no Rei Pelé

"Eu quero aproveitar a oportunidade e pedir para o torcedor não transferir essa responsabilidade só para o Angulo. Nós não disputamos um campeonato individual, disputamos um campeonato coletivo. Vou citar o exemplo do Tite. O Neymar estava mal na Seleção Brasileira porque todo mundo achava que o Neymar tinha que resolver. Não é só o Angulo que tem que resolver os problemas da nossa equipe. Todos têm que ajudar. Se todos ajudarem, tenho certeza que as coisas vão dar certo".

Michel e Angulo

"Eles jogaram bem lá. Talvez não tenhamos feito um primeiro tempo legal ofensivamente. No segundo tempo criamos situações para fazer o gol, mas o campo prejudicou muito. Mas vejo que o Michel é um jogador que taticamente vai nos ajudar como sempre, porém, no corredor do lado esquerdo, tem muita força para chegar". 

Defesa e ataque 

"Nosso time tem uma postura defensiva muito boa. Acredito que eles possam ter essa bola ofensiva boa. É questão de dar um tempinho. Treinamos muito isso. Mas esse equilíbrio tem que existir na parte defensiva, que está boa, é um time que toma poucos gols, mas precisa evoluir na parte ofensiva, fazer mais gols também. Não é questão de golear o adversário, é fazer mais gols para ter tranquilidade". 

Sampaio Corrêa

"Temos 19 pontos não é à toa. Não podemos sentar em cima desses 19 pontos, a competição não permite isso. Tem um adversário muito difícil pela frente, leve e rápido. Precisamos saber jogar. É um adversário que venceu mais fora do que dentro de casa. Porque quem está dentro de casa acha que vai vencer o adversário de qualquer jeito. Temos 90 minutos para buscar o gol e a vitória. Agora tem que saber buscar para não ser surpreendido dentro de casa". 

Dúvida no meio-campo

"Esperava um pouquinho mais do Marcos Antônio naquela segunda linha, por ter sido meia, dele ajudar o Dawhan e sair mais e completar aquela linha de quatro. O Michel Schmöller já faz isso um pouco melhor. Por ter jogado quase dois anos jogando no lado direito, ele tem essa facilidade em jogar mais. A dúvida é essa aí. Com relação ao Didira, é saber qual volante vai jogar no adversário. Estava jogando um volante que marcava mais, e estão trocando por um cara que sai mais. Talvez o Didira tenha mais essa recuperação de poder marcar e chegar mais rápido no gol do adversário".

Adaptação

"Não é questão de qualidade, é questão de ambientar o jogador naquilo que o futebol exige. Hoje o primeiro volante tem que ter tranquilidade e força para marcar, mas tem que jogar também. O Dawhan tem feito isso muito bem. Os clubes grandes estão buscando os meias que têm força e velocidade para se tornar um segundo volante. Essa é a ideia nossa". 

"O Marcos Antônio não falta qualidade. Marcos Antônio é um grande jogador, tem força para caramba. Só que adaptar naquilo que a gente pensa. Não temos muito tempo para encaixar. Estamos buscando essa alternativa. Marcos Antônio já nos ajudou muito na beirada, jogando na segunda linha do lado esquerdo. Já jogou muito como meia, fez jogos como segundo volante. Temos que ter tranquilidade para poder encaixá-lo naquilo que o futebol pede. Se ele encaixar, vai ajudar muito. Mesma situação para o Michel". 

Olho no Sampaio

"[Problemas do adversário] Tenho muito medo disso porque vivi isso ano passado. Fomos campeão brasileiro e ficamos seis meses sem receber. Nos motivamos, reunimos todo mundo e falamos: "Não tem volta. Não tem outro lugar para trabalhar. Temos que permanecer aqui e o que vai nos ajudar a desenrolar tudo aqui é o campeonato". Vivemos a situação e fomos para dentro dos jogos desse jeito". 

"Ninguém acreditava na gente. E quando ninguém acredita na gente, acha que a presa é fácil, acaba sendo surpreendido. O Sampaio talvez seja um dos times mais leves que vi jogar até agora. Um time que marca e joga. Apesar de ter feito quatro mudanças do jogo de ida, quando vencemos lá, são jogadores que estão entrando e têm muito mais força e velocidade em relação aos que estavam. Temos que ir um passo de cada vez". 

Dois jogos seguidos em casa

"Isso é pensamento meu e que eu passo para os atletas. Não existe jogo fácil dentro de casa ou fora de casa. Os adversários estão em situação ruim atrás porque acharam que iam vencer fora de casa e dentro de casa não venceram. O Fortaleza não venceu, o Botafogo-PB não venceu. Estão em situação ruim por causa disso". 

"Passo para eles [jogadores] o seguinte: temos dois jogos importantes. Não fico fazendo conta para frente, faço sempre para o próximo. Precisamos vencer todo dia. E quando se vence, dá tranquilidade e equilíbrio para poder trabalhar, principalmente num clube grande como é o CSA. Agora tem que saber jogar. Se não souber jogar acaba surpreendido. Vai ter um jogo importante hoje (Botafogo-PB x Fortaleza). Não vai achar que é fácil não. Às vezes a gente cria uma expectativa muito grande... "Nossa, empatou lá". Não podemos ficar torcendo por ninguém, temos que fazer a nossa parte. Ir lá dentro, trabalhar e buscar as vitórias. Lembrando que tem um adversário que também quer isso".