Polícia

Polícia investiga relação entre morte de garoto no Benedito Bentes e jogo Baleia Azul

12/05/17 - 12h09

A delegada Tereza Ramos, do 8º Distrito Policial, instaurou inquérito para investigar se há relação entre o jogo Baleia Azul e a morte de um adolescente de 15 anos, encontrado sem vida no quarto de casa, no Benedito Bentes, pelos pais, na quarta-feira (10).

O garoto M.G.M.T.S. teria tirado a própria vida, conforme aponta o laudo do Instituto Médico Legal, que confirma enforcamento como a causa da morte. A polícia quer saber se o ato foi uma espécie de desafio imposto ao adolescente pelo jogo, que vem conquistando a preocupante adesão de jovens no mundo inteiro.

De acordo com o delegado Marcos Lins, que estava de plantão na quarta-feira na Central de Flagrantes, a suspeita surgiu depois que um primo viu uma mensagem estranha postada pelo garoto nas redes sociais. “O pai do garoto contou que ele andava muito isolado, dentro do quarto, em contato constante com a internet e quase nenhum com a família”, disse ao TNH1.

“O primo do menino viu no Facebook dele que tinham mensagens subliminares que podem indicar que ele estivesse jogando, como a citação ‘Game Over’”, relata.

O caso foi encaminhado para o 8º DP, que abrange a área onde ocorreu a morte. Segundo a delegada Tereza Ramos, o computador do adolescente será encaminhado para a Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), para ser analisado.

Ela também já solicitou a perícia do Instituto de Criminalística no quarto do garoto e o laudo do IML. Os pais serão ouvidos na próxima semana. “O pai disse que não mexeu em nada no quarto dele, deixou como encontrou. Por isso, já requeremos o trabalho da perícia”, informou à reportagem.

Jogo e recomendações

O jogo virtual “Baleia Azul” pode estar levando jovens a mutilações corporais e até ao suicídio. O jogo é praticado em comunidades fechadas de redes sociais como Facebook e Whatsapp e instiga os participantes, em maioria adolescentes, a cumprirem 50 tarefas, sendo que a última delas é o suicídio.

As polícias em todo o Brasil têm uma lista de orientações aos pais para evitar que os filhos estejam expostos a crimes no ambiente virtual. É recomendado ter acesso às redes sociais dos jovens, se inteirar das suas rotinas, observar mudanças de comportamento, manter diálogo frequente, estabelecer uma relação de confiança e estimular sua autoestima por meio de conversas que despertem o interesse acerca do seu futuro.