Tecnologia

37 mulheres que usaram app contraceptivo relatam gravidez indesejada

15/01/18 - 22h07
Reprodução

Um aplicativo que funciona como contraceptivo está sob ataque depois que 37 mulheres relataram estarem grávidas por terem usado a tecnologia. O Natural Cycles foi denunciado por um hospital de Estocolmo (Suécia) por essas gravidezes indesejáveis, e o caso foi parar na Agência Sueca de Produtos Médicos, que regula as tecnologias aplicadas à medicina.

O app é usado por mais de 500 mil mulheres, e tem um objetivo simples: informar em quais dias é seguro ter sexo sem proteção por meio da temperatura corporal medida durante o ciclo menstrual. Dias marcados como verde são aqueles em que o sexo sem proteção seria seguro, enquanto os registrados em vermelho requerem uma forma de contracepção por parte do casal.

Os 37 casos foram descobertos durante uma pesquisa feita com 600 mulheres que foram fazer aborto no hospital sueco, entre setembro e dezembro de 2017. Pela lei sueca, o hospital é obrigado a informar à Agência de Produtos Médicos todos os casos relacionados à gravidez.

Golpe nas chances de chegar aos EUA

Em anúncio oficial, o Natural Cycles disse que uma gravidez indesejada pode acontecer mesmo com algum tipo de contracepção. Para o aplicativo, as 37 mulheres que declararam gravidez indesejável significam uma taxa de 5,5% dentro do estudo conduzido pelo hospital, número considerado como dentro da média esperada para qualquer método de contracepção.

Em fevereiro de 2017, o Natural Cycles tornou-se o primeiro aplicativo a ser certificado para uso como  anticoncepcional na Alemanha. Já em novembro passado, o app arrecadou US$ 30 milhões em financiamento.

Com esssa notícia, o app sofre um duro golpe em relação a seus planos de obter a aprovação da FDA, a agência reguladora dos Estados Unidos.