Novo decreto em AL: Sertão e Agreste vão para fase vermelha; demais regiões passam para a laranja

Publicado em 07/03/2021, às 17h13
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João Victor Souza, Paulo Victor Malta e Ana Carla Vieira

Há três dias o governador de Alagoas decretava que o estado iria voltar à fase amarela, com algumas restrições por sete dias, devido ao crescimento do número de casos. Mas, diante dos números e dos indicadores, neste domingo, 07, Renan Filho (MDB), decidiu baixar um novo decreto, válido a partir da meia noite desta segunda-feira, 08 de março. 

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De acordo com as mudanças, as cidades das regiões Agreste e Sertão passam para a fase vermelha, fase mais crítica do plano de distanciamento social controlado elaborado pelo governo. Enquanto Maceió e o restante do estado dão um passo atrás, indo para a fase laranja, fase que antecede a vermelha.

A determinação aconteceu após reunião com os secretários de Saúde, Segurança Pública, Planejamento, Gabinete Civil e Comunicação, além da presidência da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), diante dos indicadores como ocupação de leitos de UTI, que chegou a 81% e o número de mortes por Covid-19.

O que muda com o retrocesso de fases

Em Maceió e demais regiões, o comércio de rua está permitido, com excessão do fim de semana. Bares e restaurantes devem funcionar apenas de segunda à sexta-feira, das 6h às 20h. No fim de semana, esses estabalecimentos não devem funcionar, apenas por delivery.

Igrejas, templos religiosos e academias devem restringir a ocupação para 30% da capacidade.

AGRESTE E SERTÃO - No Agreste e Sertão, que foram para a fase vermelha, bares e restaurantes devem permanecer fechados todos os dias da semana, funcionando apenas por delivery. Igrejas e templos funcionam com 30% da capacidade. O comércio será autorizado de segunda à sexta-feira. 

Em todo o estado, as marinas e clubes náuticos devem fechar aos finais de semana.

"A mudança de fase é necessária para que a gente possa estancar o número de pessoas internas. Os prefeitos, muitos se anteciparam com medidas mais duras do que o decreto já anunciado. Eles terão autonomia para tomar as decisões necessárias", disse Hugo Wanderley, presidente da AMA.

O secretário de saúde, Alexandre Ayres, também falou sobre o fechamento das atividades econômicas durante a transmissão ao vivo. "Nosso objetivo não é prejudicar os segmentos econômicos, fazer o justo pagar pelo injusto. Passamos o dia inteiro ouvindo os técnicos da saúde para soluções que diminuam as aglomerações, para não prejudicar quem procura trabalhar corretamente", disse Ayres.

O secretário destacou ainda que pessoas com alto poder aquisitivo têm passeado nas lagoas, usando as marinas e clubes náuticos. "Como medida educativa e preventiva, pensando na proteção de vidas, estamos determinando o fechamento das marinas e clubes náuticos nos finais de semana", anunciou.

Durante a transmissão, o governador não destacou como fica o setor das escolas.

Os números que motivaram o novo decreto

Mesmo com a boa notícia de que foram abertos 308 novos leitos para Covid no estado, o goverandor Renan Filho e secretárioso elencaram os dados preocupantes que levaram Alagoas a adotar medidas mais rígidas de combate à pandemia. 

O Secretário de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio, Fabrício Marques, destacou que o avanço da taxa de crescimento da Covid, e de ocupação dos leitos clínicos, que atingiu 70% em duas semanas. 

 "Apresentando nossa matriz de distanciamento social controlado vemos como ela vem se comportando, as dimensões que a gente tem de capacidade hospitalar, de evolução de óbitos por semana, da taxa de crescimento da Covid. Já estava em crescimento desde o fim do ano, mas nas últimas semanas, apesar do esforço, a taxa de ocupação acelerou muito, como no Brasil inteiro. A gente considera os leitos clínicos, eles saíram de 40% e já atingiu quase 70% em duas semanas.", argumentou, ressaltando ainda o crescimento acelerado de óbitos pela doença. 

 "Alagoas vem tendo crescimento de forma acelerada, saímos de 72 óbitos na antepenúltima semana, e agora tivemos crescimento de 50% de mortes. Maceió já tinha uma estabilidade há ao menos 11 semanas, mas fechou ontem com um crescimento de 25%. O interior passou por um estágio parecido de Maceió, em queda, mas nas últimas semanas teve um crescimento forte. Ambos começaram a crescer 13 semanas atrás, depois apresentaram estabilidade, e agora, há duas semanas, houve a aceleração no número de mortes. O mês de fevereiro, Maceió passou a ter 131 óbitos, mesmo com menos dias no mês. No mês de março, já tem 45 mortes, e interior com 49 mortes", explicou. 

O governador fez coro com o secretário ao destacar o avanço da segunda onda. 

"Alagoas tinha 186 leitos antes da pandemia e já abriu 308 novos leitos exclusivos para a Covid em todo o estado. Mesmo com tudo isso, nessa segunda onda, que acomete o Brasil inteiro, nós vemos que as ocupações cresceram. Alagoas ainda é um dos Estados que pode oferecer leitos para a população. É importante que a gente reduza o contágio da doença. Se as novas cepas forem mais contagiosas que as anteriores, teremos mais dificuldades", continuou.

Ainda segundo Renan Filho, é fundamental o esforço de isolamento social nesse momento, sobretudo que nas proximidades de mais pessoas vacinadas. "Até o fim do mês de março, o Estado espera, com o MS cumprindo o cronograma da entrega das vacinas, entregar [a vacinação] a todo mundo que tem 65 anos ou mais. Até o mês de abril, esperamos concluir a vacinação desse público, assim como as pessoas de mais de 60 anos. Assim que conseguirmos isso, vamos ver despencar o contágio e o número de mortes", destacou ao garantir que nesta semana os idosos de 76 e 77 anos também vão ser contemplados com a imunização.

Veja como foi a transmissão:

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