Presos empresário e ex-chefe do setor de transportes de Girau do Ponciano

Publicado em 23/04/2019, às 06h48
Empresas investigadas podem ter desviado R$ 20 milhões | Ascom MPE-AL -

MPE-AL

Duas prisões e três mandados de busca e apreensão cumpridos, com farta documentação apreendida. Esse foi o resultado da operação Replay, desencadeada, nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (23), pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) e pela Promotoria de Justiça de Girau do Ponciano.

LEIA TAMBÉM

O empresário Luciano Lima Lopes e o ex-chefe do setor de transporte da prefeitura daquele município, André Firmino de Farias, são acusados de integrar uma organização criminosa que fraudava licitações com o propósito de desviar recursos públicos. O prejuízo pode chegar a R$ 20 milhões em desvios.

Luciano Lima Lopes, proprietário de uma empresa de locação de veículos e máquinas (Luciano Lima Lopes e Cia - ME), e o ex-chefe do setor de transporte de Girau do Ponciano, André Firmino de Farias, foram presos por volta das 6h da manhã de hoje, nas cidades de Maceió e Teotônio Vilela, respectivamente. Eles não reagiram à prisão e estão sendo encaminhados à sede do Gaeco para prestar depoimento.

A dupla é acusada de integrar a mesma organização criminosa (Orcrim) comandada pelo ex-prefeito de Girau, Fábio Rangel Nunes de Oliveira, que causou prejuízos ao erário por meio da falsa contratação de locação de veículos, entre os anos de 2013 e 2016. “A empresa LLmar Locação de Veículos e Máquinas foi escolhida através de atas de adesão, burlando, no caso, o procedimento de concorrência, haja vista que foi escolhida para a prática de fins ilícitos, já que não possuía qualquer capacidade para cumprir com o objeto contratual, tendo apenas cinco veículos à época”, aponta o Ministério Público.

Veja imagens da operação:

De acordo com as investigações, desde quando assumiu o mandato de prefeito, Fábio Rangel montou esse esquema de recebimento de propinas dentro da administração pública. Em apenas um dos contratos, que teve vigência entre os meses de agosto e dezembro de 2013, o valor estimado foi de R$ 1.428.154,80. “Neste sentido, pode-se verificar, com base num relatório de inteligência financeira, que Fábio, por meio da municipalidade, efetuou o pagamento à empresa LLMar de quantias vultosas a partir de agosto de 2013, havendo repasse de grandes montantes neste período, bem como em dezembro de 2013 e dezembro de 2014”, diz um trecho da petição, acrescentando que novos contratos seguiram sendo firmados até 2015.

“A partir disso, saques de quantias consideráveis (superiores a R$ 100.000,00), foram realizados por Luciano Lima Lopes em curtos espaços de tempo, havendo aprovisionamento de quantias em espécie, caracterizando típica movimentação destinada a fornecimento de propina a agentes políticos”, acusam os promotores de justiça Antônio Luiz dos Santos Filho, Luiz Tenório, Elísio Maia, Carlos Davi Lopes, Hamílton Carneiro e Eloá de Carvalho – todos do Gaeco, e Rodrigo Soares e Kléber Valadares, atual e ex-promotor de justiça de Girau do Ponciano.

Operação Replay

A operação recebeu este nome porque os acusados são reincidentes na mesma prática criminosa. Ou seja, a ação de hoje do Ministério Público é um replay, apenas está se repetindo em razão dos acusados serem pessoas já conhecidas de investigações passadas do Gaeco.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Polícia Civil cumpre mandados de prisão contra condenados em Olho d'Água das Flores VÍDEO: operação desarticula organizações criminosas em Maceió e outras cidades de Alagoas Secretário de Saúde afastado critica ação da Polícia Federal e fala em abuso Polícia Civil deflagra operação contra pirataria digital no Agreste alagoano