Nos últimos anos, a Europa tem se consolidado como um dos principais destinos globais para estudantes internacionais, impulsionada por políticas educacionais inclusivas, excelência acadêmica e oportunidades de trabalho pós-estudo. Uma pesquisa da European Association for International Education (EAIE), por exemplo, mostrou que mais da metade das universidades europeias registraram aumento nas candidaturas internacionais em 2023.
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Combinando excelência acadêmica, diversidade de cursos em inglês e boas oportunidades, o continente deve alcançar 23,5 milhões de universitários até 2030, sendo que metade deles será composta por estudantes estrangeiros, segundo projeção da JLL Education publicada pelo ICEF Monitor.
Essa expansão é impulsionada por uma combinação de fatores: qualidade acadêmica reconhecida globalmente, grande oferta de cursos em inglês, estruturas de apoio ao estudante internacional, menor burocracia em processos seletivos e opções de custo mais acessíveis em comparação a outros destinos.
“Estudar na Europa exige um planejamento mais objetivo e estratégico do que as pessoas imaginam. São sistemas educacionais distintos, com cronogramas próprios, critérios muito variados e culturas institucionais diferentes. É preciso alinhar expectativas, perfil acadêmico e metas pessoais desde o início”, afirma Glaucia Rosas, cofundadora e diretora-executiva da Co.Learning, centro brasileiro especializado em formação para o ensino superior internacional.
Veja, a seguir, 10 dicas para conquistar uma vaga em uma universidade europeia!
Não escolha o destino somente pela fama da universidade, mas pelo seu projeto. Países como Holanda, Bélgica, Suécia e Alemanha oferecem cursos alinhados a mercados locais. Por isso, faça um cruzamento entre suas áreas de interesse, a reputação das universidades na sua área e o estilo de vida local. “É importante entender o ecossistema profissional do país, especialmente para quem pretende ficar após o curso”, explica Glaucia Rosas.
O idioma local amplia a experiência cultural e abre portas para estágios, trabalho e integração social.
Cada país e universidade tem prazos distintos. Antecipar-se evita perder oportunidades por falta de tempo. Comece o planejamento com pelo menos 12 meses de antecedência. Monte um cronograma que inclua:
Experiências extracurriculares, pesquisa, voluntariado e prêmios fazem a diferença. Algumas universidades também exigem exames como o BMAT – BioMedical Admissions Test (para cursos de medicina no Reino Unido) ou portfólios artísticos.
Conte sua história com clareza, conectando interesses pessoais à escolha do curso e da universidade. Evite modelos prontos e adapte-se a cada instituição.
Alguns países exigem histórico específico, média mínima no Enem (Exame Nacional do Ensino Médico) ou documentos traduzidos oficialmente. Consulte os sites oficiais, como DAAD, Campus France ou Nuffic.
O ensino pode ser gratuito, mas o custo de vida varia. Cidades como Berlim ou Lisboa são mais acessíveis que Paris ou Zurique. Inclua seguro saúde, alimentação, transporte e moradia no orçamento.
Muitos países permitem que estudantes trabalhem e permaneçam legalmente após a graduação. Exemplos:
Iniciativas como Erasmus+, Eiffel Excellence (França) ou o Holland Scholarship oferecem apoio financeiro para estrangeiros. Dê atenção aos critérios e à documentação exigida.
Estudar fora é um desafio emocional, não apenas acadêmico. Resiliência, autonomia, inteligência emocional e gestão do tempo são fundamentais para uma adaptação saudável.
De acordo com Glaucia Rosas, é uma jornada de crescimento. “Muitos estudantes saem do Brasil com um plano de carreira, mas voltam com um novo olhar sobre si mesmos e o mundo. O preparo pessoal é tão importante quanto o acadêmico”, finaliza.
Por Beatriz Ornelas
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