por Pedro Acioli*
Publicado em 05/11/2025, às 11h02
Os treinadores brasileiros Oswaldo de Oliveira e Emerson Leão criticaram publicamente o técnico Carlo Ancelotti durante o 2º Fórum Brasileiro de Treinadores, gerando uma resposta negativa do Diretor de Seleções da CBF, Gustavo Feijó, que considerou as declarações como preconceituosas e deselegantes.
Feijó destacou que as opiniões dos treinadores não refletem o sentimento do povo brasileiro e enfatizou a importância de um ambiente de respeito e inclusão no futebol, especialmente com a modernização e renovação das gerações de profissionais.
Como parte das ações para melhorar o cenário, Feijó mencionou a criação da Federação Brasileira de Treinadores, que visa promover união e diálogo entre os profissionais, enquanto a seleção se prepara para a Copa sob sua liderança.
A postura dos treinadores brasileiros Oswaldo de Oliveira e Emerson Leão, com críticas ao técnico da Seleção Brasileira, o italiano Carlo Ancelotti, relacionadas à nacionalidade dele, foi repudiada pelo Diretor de Seleções da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o alagoano Gustavo Feijó. O caso ocorreu durante o 2º Fórum Brasileiro de Treinadores, na sede da entidade, nessa terça-feira (04). Ancelotti estava presente e acompanhou as críticas dos veteranos em silêncio.
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Feijó publicou uma nota nas redes sociais e classificou a atitude dos treinadores como “deselegantes” e as declarações como “preconceituosas". O dirigente também afirmou que a avaliação de Oswaldo e Leão não era compatível com as opiniões do povo brasileiro.
“[As declarações] foram, no mínimo, deselegantes, para não dizer de outra forma, e não refletem o verdadeiro sentimento do povo brasileiro. Assim como queremos que nossos treinadores sejam tratados com respeito fora do país, também devemos acolher com consideração os profissionais que escolhem trabalhar aqui. Opiniões divergentes fazem parte do debate, mas falas preconceituosas e desnecessárias não contribuem para o processo de reconstrução e valorização do nosso futebol”, escreveu.
O alagoano também enfatizou que o futebol passa por um novo momento e que os profissionais brasileiros estão cada vez mais preparados, porém que precisa ser um espaço de inclusão.
“Vivemos um novo momento, com gerações se renovando, métodos se modernizando e profissionais brasileiros cada vez mais preparados. A criação da Federação Brasileira de Treinadores pode ser um passo importante nesse processo, desde que haja união, diálogo e respeito entre todos. O futebol brasileiro precisa seguir sendo símbolo de aprendizado, inclusão e excelência”, destacou Feijó.
Feijó assumiu o cargo de Diretor de Seleções desde que o presidente Samir Xaud foi eleito presidente do órgão. Ele é responsável pela preparação da Seleção para a Copa do Mundo e ocupa o cargo mais importante do departamento.
Veja a nota na íntegra:
As declarações feitas durante o Fórum Brasileiro de Treinadores, dirigidas ao técnico Carlo Ancelotti e aos profissionais estrangeiros que atuam no Brasil, foram, no mínimo, deselegantes, para não dizer de outra forma, e não refletem o verdadeiro sentimento do povo brasileiro.
Assim como queremos que nossos treinadores sejam tratados com respeito fora do país, também devemos acolher com consideração os profissionais que escolhem trabalhar aqui. Opiniões divergentes fazem parte do debate, mas falas preconceituosas e desnecessárias não contribuem para o processo de reconstrução e valorização do nosso futebol.
Vivemos um novo momento, com gerações se renovando, métodos se modernizando e profissionais brasileiros cada vez mais preparados. A criação da Federação Brasileira de Treinadores pode ser um passo importante nesse processo, desde que haja união, diálogo e respeito entre todos. O futebol brasileiro precisa seguir sendo símbolo de aprendizado, inclusão e excelência.
Entenda o caso
Carlo Ancelotti foi convidado para receber uma homenagem durante o 2º Fórum Brasileiro de Treinadores. No entanto, antes de receber uma placa da organização, o italiano ficou ao lado de outros grandes nomes do futebol brasileiro e passou a ser alvo de diversas críticas. A situação foi alvo de críticas.
Emerson Leão, campeão da Copa do Mundo com a Seleção Brasileira, em 1970, foi o primeiro a criticar o técnico da Amarelinha, afirmando ser uma invasão de treinadores de fora do país e que os brasileiros eram os responsáveis.
“Eu sempre disse que eu não gosto de treinadores estrangeiros no meu país, e isso serve para o Mancini, que é o presidente (da Federação Brasileira de Treinadores). Estou falando aqui na frente da nossa casa. Antes eu falava que eu não suportava, não suportaria treinadores [estrangeiros]. Já falei isso e não mudo. Não mudo a minha opinião. Mas tenho que ser inteligente o suficiente pra dizer que isso tudo tem um culpado. Nós. Nós, treinadores, somos culpados da invasão de outros treinadores que não têm nada a ver com isso”, disse Leão.
Oswaldo de Oliveira, aos berros, contou que quer um brasileiro novamente ocupando o cargo. “Tomara! Inshallah nós cheguemos a ter novamente os treinadores brasileiros brilhando, dirigindo os clubes. Mas é claro, quando o Ancelotti for embora, depois de ser campeão, ano que vem, que volte a ter um treinador brasileiro”.
*Estagiário sob supervisão
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