Alagoas

Após mais de 24 horas, equipes conseguem fazer desencalhe de baleia na Praia de Carro Quebrado

Ana Carla Vieira | 21/07/20 - 18h13
Cortesia/Instituto Biota

Os aplausos e gritos de comemoração foram ouvidos no fim da tarde desta terça-feira (21), às margens da Praia de Carro Quebrado, no litoral norte de Alagoas. O alívio veio para a equipe e voluntários que trabalharam por mais de 24 horas para conseguir ajudar uma baleia de grande porte que estava encalhada desde ontem (20) a voltar ao mar. 

De acordo com o relato do presidente do Instituto Biota de Conservação, Bruno Stefanis, o trabalho começou nessa segunda (20) à tarde, aproximadamente às 14h, quando receberam a informação da APA Costa dos Corais de que provavelmente tinha uma baleia viva no local. "Imediatamente mandamos um monitor de moto para confirmar a existência do animal lá e ele confirmou. A partir de 15h30 mais ou menos a gente já estava na praia com esse animal. E desde então, nosso trabalho era manter o animal vivo, umedecendo, medicando, coletando sangue para exames, porque a gente sabia que só ía ter chance de reintroduzir  numa próxima maré cheia e com mais gente ajudando, e isso não ia acontecer antes de completarem 24 horas", contou Bruno Stefanis.

O animal era da espécie Baleia-fin (Balaenoptera physalus), com mais ou menos 13 metros de comprimento e estava em uma área de difícil acesso na praia. Segundo o biota, a baleia estava debilitada, magra e com diversas escoriações pelo corpo.

"Hoje mobilizamos toda a equipe, não só a nossa mas membros da Marinha, do Ibama, da Prefeitura da Barra de Santo Antonio, do ICMBio e da Semarh [Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos], pra que a gente pudesse ter mão de obra  suficiente pra poder levantar esse animal e botar ele pra dentro do mar. Porque no local não tinha como entrar nenhum tipo de máquina nem carro pra ajudar a rebocar. Então a gente fez isso na força braçal", relata o presidente do Biota.

Bruno Stefanis falou ainda da felicidade e satisfação em reintroduzir o animal, mas fez um alerta de que outros encalhes podem acontecer. 

"A sensação é incrível porque é muito raro cetáceos (baleias e golfinhos) sobreviverem a um encalhe. Ainda mais um grande cetáceo. Mas a gente também não pode achar que o trabalho já terminou, porque esse animal pode voltar a encalhar. Então a gente pede que a população entre em contato conosco caso o animal volte a encalhar, para a nossa equipe poder fazer mais uma vez todo o processo. E caso o animal encalhe morto, nós iremos fazer  necropsia, para tentar descobrir proque o animal encalhou e o que levou ele a óbito", enfatizou.