Polícia

Após repercussão do caso, mãe de Cauã foi ameaçada pelo suspeito de matar o menino, diz PC

Theo Chaves | 29/04/22 - 09h42
Foto: Reprodução

O chefe de operações da Delegacia de Crimes Contra a Criança e Adolescente (DCCCA), Alan Barbosa, confirmou, em entrevista ao TNH1, na manhã desta sexta-feira, 29, que o suspeito de matar o menino Cauã ameaçou a mãe da criança após a repercussão do caso na imprensa.

De acordo com Barbosa, o casal ficou incomodado com a exposição da imagem do Cauã feita pela mãe, por causa da divulgação das fotos da criança que até então estava desaparecida. “O até então desaparecimento da criança mobilizou muita gente, principalmente após a exposição do caso na TV e nas redes sociais. A mãe da criança recebeu ameaças após compartilhar fotos do filho em diversas redes”, disse.

O chefe de operações da DCCCA também contou que a mãe de Cauã havia denunciado as ameaças à polícia. “A mãe da criança entrou em contato com as investigações para relatar que estava sofrendo ameaças. Ela relatou que um homem de voz não identificada ligou algumas vezes dizendo que era para parar de postar imagens de Cauã nas redes sociais”, descreveu.

Em entrevista ao programa Cidade Alerta, da TV Pajuçara, que aconteceu ainda no local onde o corpo do menino Cauã foi encontrado, na noite da última quinta-feira (28), o delegado Gustavo Xavier, um dos responsáveis pelas investigações, também destacou as ameaças sofridas pela dona Dirlene Ferreira de Acioly.

“Nós temos alguns elementos probatórios que ele estavam ameaçando a mãe biológica da criança, determinando que ela retirasse qualquer imagem da criança que causasse repercussão social”, explicou o delegado.

O que diz a mãe - Dirlene Ferreira de Acioly, mãe de Cauã — que tem outros quatro filhos —  disse, em entrevista à TV Pajuçara, que a criança foi entregue ao casal para cuidados, pois eles eram amigos da família. “Há muito tempo que eu tenho amizade com o casal. Eles sempre tiveram um amor pelo o meu filho. Ao menos assim eles mostravam, um amor do mesmo jeito que eu tinha. Durante alguns anos, todos nós fomos vizinhos", relatou.

Dirlene também contou que estava em contato constante com o menino. "Eu sempre falava com o Cauã por chamada de vídeo. Recentemente, eu ligue para o casal dizendo que eu queria o meu filho e ela disse para esperar até o mês de maio, pois era aniversário do menino e ela queria fazer um bolinho para ele", disse.

A família de Cauã mora em Chã de Bebedouro e o menino não possuía registro de nascimento. Segundo a avó materna da criança, os familiares estão sem a documentação necessária para liberação do corpo.

O caso - O mistério envolvendo o desaparecimento do menino Cauã, de apenas dois anos, no bairro Benedito Bentes, parte alta de Maceió, segue intrigante para quem acompanha o caso. O garoto, que não tem documento civis, tinha sido deixado aos cuidados de uma adolescente de 16 anos há cerca de 50 dias e, segundo testemunhas, teria sumido em frações de segundo na Avenida Pratagy, no mesmo bairro.

A mãe biológica da criança afirmou que Cauã estava passando uns dias na casa da amiga dela, no Benedito Bentes, para que ela pudesse trabalhar. Ainda segundo relato de Dirlene, o menino sumiu após a amiga e o companheiro se deslocarem para uma loja no comércio do bairro, esta a primeira versão da história.

Agentes do Programa Ronda no Bairro disseram que foram acionados para atender a ocorrência de uma criança perdida. A guarnição fazia patrulha, quando se deparou com o casal pedindo ajuda. Eles contaram que cuidavam do filho de uma conhecida e que a criança não possui documentos civis. A equipe de Articulação e Mobilização Social do Ronda foi chamada para dar suporte e realizar o encaminhamento necessário. O caso ficou sob acompanhamento do Conselho Tutelar da Região X.

A Polícia Civil confirmou na tarde dessa quinta-feira, 28, que o corpo encontrado em um terreno no Benedito Bentes, parte alta de Maceió, é do menino Cauã.