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Repercute nacionalmente a indicação de Ronaldo Lessa para vice do governador Paulo Dantas, candidato à reeleição. Um exemplo é o registro do portal “O Antagonista”, um dos mais conceituados na área política:
“O vice-prefeito de Maceió, Ronaldo Lessa (PDT), irá integrar a chapa do candidato à reeleição do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB).A decisão é uma derrota para Ciro Gomes no Nordeste, que perde mais um apoio estadual.Em nota, o PDT alagoano afirma que ainda mantém apoio a Ciro. Na prática, porém, o palanque de Dantas é de Lula na aliança regional MDB-PT, articulada pelo senador Renan Calheiros.”
Nota do PDT, subscrita pelo presidente regional do partido, médico Jurandir Boia, tenta mascarar a situação, ao dizer que “fica mantido o nosso apoio e compromisso, em Alagoas, em favor do candidato do PDT à Presidência do Brasil, Ciro Gomes”.
Como se, também na política, fosse possível se servir a dois senhores.
Independentemente dos personagens envolvidos, alianças desse tipo apenas reforçam o entendimento de que fidelidade partidária no Brasil é uma “letra morta” da legislação.
O que se constata, ano a ano, eleição após eleição, é o enfraquecimento das legendas, por acordos que priorizam os interesses pessoais dos candidatos e, principalmente, dos dirigentes partidários.
Isso implica em espaços no horário eleitoral do rádio e da TV e evidentemente, em contrapartida, boas recompensas.
Voltando à aliança de Ronaldo Lessa com os Renans Calheiros, que controlam o MDB no Estado e também as decisões do governador Paulo Dantas – colocado no Palácio República dos Palmares pela vontade do senador e do ex governador – prevaleceu o pragmatismo de ambos os lados.
Lessa, por se integrar a uma candidatura viável, de presença certa no segundo turno da eleição, com possibilidade concreta de viabilizar um projeto pessoal, após 40 anos de atividade política; quanto ao MDB e a Dantas, por adquirirem um reforço eleitoral de viés esquerdista que facilita o apoio à candidatura de Lula (PT) ao Palácio do Planalto.
A esta altura, a situação em Alagoas para o PDT de Ciro Gomes passa a ser, na verdade, um problema do PDT e do próprio Ciro Gomes.
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