Polícia

Branquinha: corpo achado em riacho é identificado com nome diferente de vítima de agressão

Eberth Lins | 11/02/19 - 10h25
Agressão foi filmada na noite do dia 28 de janeiro | Reprodução

O corpo encontrado em um riacho na área rural de Branquinha, na Zona da Mata de Alagoas, foi identificado, mas com um nome diferente da vítima de agressão dos guardas municipais do Município.

Nesta segunda-feira (11), o Instituto Médico Legal (IML) informou ao TNH1, por meio da assessoria de imprensa, que o corpo, encontrado no último dia 03, foi identificado como Pedro Alves Santos de Araújo, de 20 anos. O rapaz que aparece no vídeo, até então, é identificado como Wanderson Alves dos Santos, 18 anos.

O delegado responsável pelo caso, Sidney Tenório, no entanto, não descarta a possibilidade de o corpo ser mesmo do jovem que aparece no vídeo e explica que a identidade informada até agora tem sido uma reprodução do que foi passado aos guardas durante a abordagem, no último dia 28.

“Na verdade, nós não temos uma identificação oficial. O nome Wanderson Alves dos Santos foi informado por ele aos guardas, mas não existe uma garantia se é verdade”, pontuou.

Sidney Tenório ressalta ainda que as evidências de que se trata da mesma pessoa são muitas, mas que é preciso uma confirmação oficial. “Na cidade, o jovem do vídeo é conhecido como ‘Del’ ou ‘Neguinho’. No final de semana, colhemos depoimentos que reforçam a suspeita de que se trata da mesma pessoa, mas vamos pedir que o IML nos mande oficialmente a identificação do corpo encontrado no riacho e tentar contato com a família para confrontar alguns elementos de nosso conhecimento, como as características das roupas e uma tatuagem no braço”, detalhou o delegado.

Execução pelo tráfico

As investigações, segundo o delegado do caso, apontam que o jovem do vídeo foi vítima de uma execução ordenada por uma facção criminosa. “O tráfico na cidade de Branquinha é coordenado por uma facção de Maceió e a informação que temos é de que eles desconfiaram que o rapaz delatou o esquema, o que teria motivado a ordem de execução”, explicou Sidney Tenório.

Dois servidores que atuavam irregularmente como guardas municipais e foram filmados agredindo o jovem, até então suspeitos pela morte, seguem presos no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) de Murici, mas já existe um pedido impetrado na justiça para liberdade de ambos.

Desdobramentos

A agressão registrada no vídeo ganhou força na semana passada após viralizar na internet e começou a ser investigada. Em seguida, a polícia iniciou uma nova investigação para identificar o suposto homicídio do jovem que aparece nas imagens. “Desmembramos este caso em dois inquéritos, um da agressão registrada no vídeo e outro do homicídio. A partir desta terça-feira (12), vamos seguir colhendo novos depoimentos para esclarecer os dois casos”, concluiu o delegado.