Contextualizando

Brasil é exceção nas previsões sombrias do FMI para a economia mundial

Em 18 de Setembro de 2022 às 15:00

A informação é o portal UOL:

“Em seu novo relatório sobre a evolução econômica global, o Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu um aviso claro: as perspectivas de crescimento “estão inclinadas esmagadoramente para o lado negativo” e, se os riscos se concretizarem, poderão empurrar a economia mundial para uma das piores recessões em meio século. Entre as exceções estão o Brasil e o México. O Fundo está mais preocupado com as conseqüências da guerra na Ucrânia, incluindo a possibilidade da Rússia cortar o fornecimento de gás natural para a Europa, bem como um novo aumento nos preços dos alimentos devido ao efeito da guerra no fornecimento de grãos, o que poderia desencadear a fome.

E, acrescenta o FMI, se esses ‘choques’ forem muito fortes, ‘eles podem causar uma recessão acompanhada de alta inflação (estagflação)’. Isso estagnaria o crescimento global, reduzindo-o para 2% em 2023, uma taxa vista apenas cinco vezes desde 1970, adverte o FMI. Perspectivas de crescimento em desvantagem O aumento da inflação global e uma desaceleração nos Estados Unidos e na China levaram o FMI a diminuir suas perspectivas de crescimento para a economia global este ano e no próximo, advertindo que a situação pode piorar muito.

‘O panorama ficou consideravelmente sombrio desde abril’, disse o economista chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas. ‘O mundo poderá em breve ficar à beira de uma recessão global, apenas dois anos após a última. As  três maiores economias do mundo, os Estados Unidos, a China e a zona do euro, estão empatando nessa estagnação com grandes conseqüências para o panorama global’, estimou ele.

A ‘tentativa de recuperação’ da recessão pandêmica do ano passado foi seguida por ‘desenvolvimentos cada vez mais sombrios em 2022, à medida que os riscos começaram a se materializar’, diz o Fundo Monetário Internacional, que considera cada vez mais provável uma recessão.

‘Vários choques atingiram uma economia global já fragilizada pela pandemia, incluindo a guerra na Ucrânia, que fez subir os preços de alimentos e energia, levando os bancos centrais a aumentar as taxas de juros’, disse Gourinchas em seu painel do World Economic Outlook (WEO).

O relatório WEO reduziu a estimativa de crescimento do PIB global em 2022 para 3,2%, 0,4 pontos percentuais abaixo da previsão de abril. Os confinamentos causados pela Covid-19 e o agravamento da crise habitacional têm dificultado a atividade econômica na China, enquanto os aumentos agressivos das taxas de juros por parte do Federal Reserve, o Banco Central americano, estão desacelerando o crescimento dos Estados Unidos.

‘A desaceleração na China tem consequências globais: os confinamentos aliados às interrupções da cadeia de fornecimento global e ao declínio dos gastos domésticos reduzem a demanda por bens e serviços dos parceiros comerciais da China’, adverte o relatório do FMI.

Houve algumas exceções neste panorama sombrio, incluindo melhorias na Itália, Brasil e México, bem como na Rússia, que está se beneficiando dos preços mais altos do petróleo devido às sanções ocidentais, observa o WEO. Para o Brasil, a estimativa é de 1,7% (+0,9 pontos percentuais em relação a abril), enquanto o México deverá crescer 2,4% (+0,4 pontos percentuais). Para a América Latina e o Caribe como um todo, o FMI elevou suas perspectivas de crescimento para este ano para 3%, uma revisão para cima de 0,5 pontos percentuais ‘como resultado de uma recuperação mais forte nas grandes economias’: Brasil, México, Colômbia e Chile.

‘Controlar a inflação deveria ser a prioridade máxima’ para os governos, argumenta o FMI, mesmo que isso inclua medidas dolorosas para os cidadãos, pois os danos causados por permitir que a inflação ficasse fora de controle seriam muito piores. Uma política monetária mais rígida terá inevitavelmente custos econômicos reais, mas os atrasos só os agravarão. O FMI espera que os preços ao consumidor aumentem 8,3% este ano e 9,5% nas economias de mercado emergentes.

A economia global reagiu melhor do que o esperado nos primeiros três meses do ano, mas parece ter ‘encolhido no segundo trimestre, a primeira contração desde 2020’, diz o FMI. O Fundo rebaixou as previsões de crescimento para a maioria dos países, incluindo os Estados Unidos e a China, que perderam mais de um ponto percentual em relação às previsões anteriores.

O FMI está apostando num crescimento norte-americano de apenas 2,3% em 2022, à medida que os consumidores gastam menos e as taxas de juros sobem. O relatório não exclui que uma recessão, definida por dois trimestres de crescimento negativo, já tenha começado. Espera-se que a economia da China desacelere acentuadamente em 2022, para 3,3%, a expansão mais lenta em mais de quatro décadas, excluindo o período de crise pandêmica em 2020.”

Gostou? Compartilhe  

LEIA MAIS

+Lidas