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Braskem contrata assessores para reestruturar sua dívida

Em 27 de Setembro de 2025 às 10:35

Jornalista Vitor Azevedo:

"As ações da Braskem (BRKM5) fecharam em queda de 14,8% nesta sexta-feira (26), a R$ 7,02, após a companhia anunciar que contratou assessores para ajudar na reestruturação do seu capital. Parte do mercado teme que a petroquímica, com isso, opte no curto ou médio prazo por uma recuperação judicial (RJ) ou por uma recuperação extrajudicial (RE).

A movimentação, para especialistas, não traz nenhuma sinalização oficial de que a empresa pretende recorrer à Justiça para evitar pagamentos a credores. No entanto, na situação atual da Braskem, qualquer temor do tipo acaba escalando por conta da atual situação da companhia: em um setor intensivo e em uma situação financeira delicada, ela precisa, no curto prazo, de um novo acionista.

'Essa contratação de assessores, conforme divulgado, hoje é um prenúncio de uma RJ ou de uma RE. Basta pesquisar casos semelhantes', disse uma fonte com conhecimento da situação financeira da petroquímica controlada pela Novonor (ex-Odebrecht) e Petrobras (PETR4).

Por outro lado, a contratação de assessores pela Braskem não pode ser interpretada de imediato como um indicativo de futuro pedido de recuperação judicial. “O foco declarado da empresa está em mitigar os impactos do setor e fortalecer a competitividade, não em iniciar um processo de RJ”, explica Guilherme Azevedo, advogado da Paschoini Advogados.

Apesar disso, Azevedo menciona que há, sim, uma pressão sobre a estrutura de capital da companhia — mas que pode ser amenizada de forma menos drástica, com renegociações e alongamento de prazos. 

A Braskem fechou o segundo trimestre de 2025 (2T25) com uma dívida líquida de US$ 6,8 bilhões e um múltiplo de alavancagem, medida pela sua relação com o Ebtida (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês), de 10,59x. Apenas entre abril e junho, a empresa queimou R$ 1,4 bilhão em caixa.

A petroquímica chegou à situação atual após quase nove anos de problemas combinando questões operacionais, financeiras e ambientais. O ponto de partida foi o afundamento do solo em Maceió, que gerou um passivo ambiental bilionário e exigiu um acordo complexo com autoridades e moradores da região.

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