Texto de Luciana Collet, na plataforma Broadcast+:
"A Braskem acertou a implementação de um projeto de geração solar fotovoltaica para autoprodução a ser instalado dentro de uma unidade industrial própria em Alagoas e conectado diretamente às operações locais da companhia, um modelo conhecido como offgrid. Com isso, além de garantir o suprimento de energia a custos mais baixos e previsíveis no longo prazo para a sua fábrica de PVC, a companhia afasta riscos ligados aos cortes de geração (curtailment, no jargão do setor elétrico), que tem afetado as grandes usinas solares e eólicas conectadas ao sistema de transmissão.
O empreendimento, de 25 megawatts (MW) de potência instalada, deve consumir quase R$ 100 milhões em investimentos e está sendo desenvolvido em parceria pelas empresas de projetos Innovvare e Helles Solar Capital. A previsão é que a usina entrará em operação em janeiro de 2027 e atenderá 25% do consumo total das linhas de produção de PVC.
No modelo adotado, as empresas serão responsáveis pela construção e operação durante 20 anos, e ao final desse período a Braskem terá a opção de compra do ativo.
Após mais de 36 meses de discussões entre as desenvolvedoras e a petroquímica, o projeto está atualmente em fase de estruturação financeira. De um lado, há conversas em andamento com bancos de fomento nacionais como Banco do Nordeste (BNB) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Mas as empresas também mapearam interesse de investidores chineses e árabes, que poderiam ingressar como acionistas na iniciativa. Procurada, a Braskem não retornou até a publicação deste texto.
Este é o primeiro projeto na sociedade entre Innovvare e Helles Solar Capital, mas as empresas vislumbram crescimento com outras instalações, dentro de outras plantas industriais da própria Braskem, uma vez que partiu da petroquímica o interesse em projetos offgrid.
Desde 2020, a Braskem vem avançando em iniciativas voltadas para a expansão do consumo de energia proveniente de fontes renováveis, incluso por meio de contratos de autoprodução, mas esses ativos estão localizados com em áreas distantes das fábricas, utilizando o sistema de transmissão, e portanto sujeitos a cortes de geração determinados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Na estruturação do contrato, as empresas se preocuparam em estabelecer potenciais saídas para eventuais mudanças no controle da Braskem ou venda da unidade industrial. 'Isso foi colocado à mesa e é exatamente por isso que há as várias saídas', comentou o especialista no setor elétrico e assessor jurídico do projeto, César Rezende.
Entre as alternativas estaria a possibilidade de o empreendedor pagar um aluguel pelo uso do terreno e buscar as autorizações para injetar a energia na rede e vendê-la no mercado livre de energia."
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