Política

Candidato à presidência da Câmara presenteia Bolsonaro com linguiça, queijo e doce de leite

Folhapress | 07/01/19 - 15h56
Fábio Ramalho (MDB-MG) | Reprodução

O deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) tenta conquistar o apoio de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa pela presidência da Câmara de maneira pouco ortodoxa: pelo estômago. 
O atual vice da Casa levou para reunião no Planalto nesta segunda-feira (7) com o presidente uma sacola térmica com linguiças, queijo canastra, doce de leite e pé-de-moleque.

O partido de Bolsonaro declarou apoio ao atual mandatário da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que busca a reeleição. Segundo Ramalho, porém, o presidente afirmou que não tomará lado na disputa. 
"Ele não vai interferir na disputa da Câmara, deixou isso bem claro", afirmou o deputado, conhecido entre os colegas como "Fabinho Liderança". "A questão do PSL foi direto do Bivar [presidente da legenda], não partiu dele. Ele tem uma grande simpatia por mim". 

Ele, que é famoso por fazer festas para os parlamentares em seu apartamento funcional e distribuir comida -às quartas-feiras, é comum que o gabinete da vice-presidência emane cheiro de leitão à pururuca durante votações noturnas na Câmara-, é considerado um nome que pode embaralhar a disputa. 

"Não subestimem a minha candidatura", disse o parlamentar ao sair da reunião do Planalto solicitada por ele carregando uma sacola térmica verde onde trouxera os "quitutes mineiros" para Bolsonaro.
Em 2017, o parlamentar foi eleito para a vice-presidência da Casa como uma surpresa, com o apoio de 265 deputados. Considerado folclórico, ele é querido principalmente entre o baixo clero da Casa e estima-se que pode conseguir cerca de cem votos. 

"Se fosse contar voto para a vice-presidência com apoio de partidos, sabe quantos eu teria? Zero", afirmou. 
Ele afirma que tem votos no partido do presidente, já que a eleição na Casa tem voto secreto. Ou seja, apesar de a sigla ter declarado apoio a Maia, não é possível garantir que dará todos os 52 votos para sua reeleição. 

Ramalho afirmou ter afirmado ao presidente que, se eleito, tocará a reforma da Previdência. "Vim dizer ao presidente que eu votarei as reformas de graça, sem nenhum toma lá, dá cá", disse.
Ele disse que é necessário dialogar com a oposição para aprovar o texto, e aproveitou para alfinetar seu principal adversário, Maia, o favorito na disputa e que já amealhou o apoio de partidos como PRB, PSL e PR.

"O presidente atual da Câmara saiu vendendo que a reforma estava feita e não teve reforma", disse.