Eliabio Custódio Nepomuceno é único suspeito do assalto ao apartamento do influenciador Carlinhos Maia, ocorrido em 29 de maio deste ano, em Cruz das Almas, que permanece recluso em um presídio de Alagoas. O homem, que confessou envolvimento no crime, afirmou que os supostos comparsas antes detidos, Emerson de Holanda Lira, solto no dia 8 de junho, e Wellington Medeiros da Silva Moraes, liberado na última segunda-feira, 15, não têm ligação com o furto milionário.
Ao TNH1, o delegado Lucimério Campos, responsável pela investigação, comunicou que mais duas pessoas foram apontadas por Eliabio como possíveis autoras do crime em Maceió. Elas seriam integrantes da organização criminosa que o suspeito comanda na cidade de Campina Grande, na Paraíba. Eliábio não informou o paradeiro deles e disse que eram "parceiros" de crimes.
"O réu confesso afirmou que Wellington não teria participação, assim como Emerson. É o que ele fala, mas não sabemos ainda se ele falou isso porque é a verdade ou porque quer livrar os amigos. Ele apontou outras duas pessoas, uma que teria acompanhado ele no crime e outra que dirigiu o veículo, mas falou que eram parceiros de crime, sem apontar provável localização".
Wellington Moraes deixou a prisão após Eliabio, que confessou participação no assalto, "inocentá-lo" (Crédito: Arquivo Pessoal)
Lucimério Campos também explicou que, mesmo com o relaxamento da prisão de Wellington Moraes, o suspeito permanece sendo investigado pelas autoridades. Ele estava como detento do Presídio do Agreste.
"Nós entendemos que o envolvimento dele não está descartado porque há vestígios de DNA do Wellington em peças do furto, assim como também ele foi encontrado com o carro usado no crime quando foi preso. Então segue sendo investigado, mas como o Eliábio o inocentou, entendemos o relaxamento da prisão", disse.
Thiago de Araújo, advogado de Eliábio, disse à reportagem na tarde de hoje que vai impetrar pedido de habeas corpus à Justiça nos próximos dias para tentar a soltura do assaltante confesso. O processo corre em segredo de Justiça e agora está na 12ª Vara Criminal da Capital.
Carlinhos Maia foi alvo dos criminoso e caso teve grande repercussão (Crédito: Divulgação)
Soltura de segundo suspeito - A Justiça alagoana concedeu, na última segunda-feira, 15, a liberdade provisória de Wellington Medeiros da Silva Moraes. Ele estava no complexo prisional de Alagoas desde o início de junho. Além dele, Emerson de Holanda Lira, também apontado como suspeito do crime, foi solto um dia após a prisão do trio em Campina Grande.
O TNH1 entrou em contato com o advogado de Wellington Moraes, Evanildo Nogueira, na tarde desta quarta-feira, mas não obteve retorno. Ainda não se sabe se Wellington retornou para a Paraíba depois de deixou o presídio na capital alagoana.
Crime planejado durante um mês - Eliábio confessou à polícia que o crime foi planejado durante um mês. De acordo com a polícia, a investigação revelou que o 'modus operandi' da organização criminosa consistia em identificar empreendimentos com vulnerabilidades no esquema de segurança e que tivessem algo de valor.
A investigação apontou que Eliábio lidera uma organização criminosa específica para esse tipo de crime em todo o Nordeste, não só em Alagoas, mas em Sergipe, Pernambuco e também no Ceará. O suspeito estudou e tem um aparato técnico, e conhece sobre edificações e monitoramento de câmeras.
Polícia apreendeu materiais usados no crime após prisão de trio em Campina Grande (Crédito: Theo Chaves/TNH1)
Eliábio também destacou que não houve participação de pessoas ligadas ao influenciador. "Antes do crime, eles visitaram outros lugares do Nordeste e já tinham vindo a Maceió, porque Carlinhos Maia era uma vítima em potencial devido à exposição nas redes sociais que é parte do seu trabalho. O autor fez questão de dizer que não há ninguém, e a investigação também não encontrou ninguém, do grupo de Carlinhos, que trabalhava com ele, envolvida com o crime", disse Lucimério Campos na coletiva de imprensa no último sábado, 13.
Parte dos pertences roubados do apartamento foi recuperado e apresentado na coletiva, entre eles um relógio de pulso avaliado em R$ 980 mil e um colar de diamantes de R$ 1,5 milhão. Os produtos foram encontrados enterrados em uma localidade da Paraíba, após rastreio do núcleo de inteligência da SSP.
Relembre o caso - O apartamento onde Carlinhos Maia mora com o esposo, Lucas Guimarães, foi invadido no dia 29 de maio. Após o episódio, o influenciador revelou que os bens furtados somam R$ 5 milhões, entre joias, relógios e dinheiro em espécie.
No momento da invasão, Carlinhos Maia estava internado em um hospital de Aracaju, em Sergipe, onde se recuperava de mais um procedimento estético. Já o esposo estava fora do Brasil, cumprindo agenda de trabalho em Cancún, no México.
