Maceió

Casal diz que deixou menino Cauã sentado antes de desaparecimento: "Questão de segundos"

Redação TNH1, com TV Pajuçara | 20/04/22 - 15h49
Arquivo pessoal

A adolescente de 16 anos e o marido Fernando Andrade Olegário, de 25 anos, contaram nesta quarta-feira, 20, ao programa Fique Alerta, da TV Pajuçara/Record TV, que deixaram o menino Cauã, de apenas 2 anos de idade, sentado em um batente ao lado de uma loja de roupas no Benedito Bentes, parte alta de Maceió, quando a criança desapareceu na manhã da última segunda-feira, 18. 

"A gente estava vendo sandálias de criança e adulto. Deixou ele sentadinho naquele batente. Não chegamos a entrar na loja porque já estava fechada. Mas quando a gente olhou, o menino já não estava mais ali. Entramos em desespero, começamos a procurar, perguntar a todo mundo. O pessoal pediu foto e o número para sair publicando, nós demos. Aí eu passei mal, voltei para casa e meu companheiro e meu cunhado continuaram procurando. Depois chamei minha mãe, continuamos procurando e meu cunhado voltou para casa. Paramos na Ronda do Bairro, eles disseram que não viram. Depois paramos outra guarnição, eles nos ajudaram, nos levaram até o Conselho Tutelar, que nos perguntou tudo e também sobre a mãe dele", disse a adolescente. 

Fernando também conversou com a equipe de reportagem e afirmou que tudo aconteceu rapidamente. "Ao mesmo tempo que olhei para a loja, em questão de segundos fui olhar para o menino, eu vi que ele estava lá, mas em questão de segundos que olhei para ele, o menino não estava mais no canto. Eu já chamei ela, ela começou a ficar nervosa: 'Cadê o menino? Cadê o menino?". Fomos perguntando aos estudantes e ao pessoal, ninguém viu. Daí ela passou mal, eu disse que ela não ficaria ali e levei ela". 

Quem também está acompanhando o caso é o Conselho Tutelar, com o responsável pela região do Benedito Bentes. "Alertar a todos os pais, tios, avós, o adulto que seja, não pode tirar a atenção da criança. Segundo esse casal, em fração de segundos a criança desapareceu", alertou o conselheiro tutelar, Robério Omena. 

O chefe de operações da Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente (DCCCA), Alan Barbosa, esteve na manhã de hoje na Avenida Pratagy, onde ocorreu o desaparecimento no Benedito Bentes, e pediu imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos e da Secretaria de Segurança Pública. 

"É um local bem movimentado, uma principal do Benedito Bentes, é um ponto de ônibus. A loja fica por trás do ponto, então, em momento algum fica sem movimento. Para se tirar uma criança dali, sem ser percebido, do jeito que ele fala, não é fácil. A gente precisa juntar algumas informações para tentar traçar o que foi que aconteceu lá. Fomos em busca de câmeras, vai dar para a gente perceber o momento da chegada e saída da criança", comentou Barbosa. 

Depoimento de familiares de Cauã - A Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente vai ouvir hoje o depoimento do casal que estava tomando conta do pequeno Cauã e já tem alguns questionamentos de imediato para esclarecer. 

"São várias perguntas a serem respondidas. Para começar: por que o Cauã até agora não foi registrado? Ele tem quase 3 anos de idade. Nem o nome da mãe consta no boletim de ocorrência, é uma coisa muito vaga. Segundo: há quanto tempo o Cauã estava com esse casal? Qual a situação que ele estava lá? Era uma adoção? Ela é uma cuidadora? Qual é a circunstância? São perguntas que vamos esclarecer para tentar formar alguma linha. Até agora estamos tratando como desaparecimento de pessoas. Mas, como eu disse, é um lugar bastante movimentado para uma criança de 3 anos... O local é próximo. De onde a pessoa apontou que estaria na loja para o local que a criança estava sentada dá 1 metro e alguma coisa. Então, pegar ali (a criança) sem perceber é bastante estranho", disse Alar Barbosa ao Fique Alerta.

Segundo o chefe de operações, a Polícia Civil precisou ir atrás dos familiares, já que ninguém procurou a delegacia. "É estranho. Desde ontem fizemos contato com eles, a mãe biológica até agora não apareceu. Fui até o Benedito Bentes para trazer esse casal e ser ouvido aqui na delegacia. Ninguém buscou ajuda onde deveria de fato, que é na polícia. O casal que está aqui agora veio com o Conselho Tutelar, mas eu que fui até eles para que viessem aqui. Ninguém veio espontaneamente na delegacia", pontuou. 

Entenda o caso - O pequeno Cauã, de apenas dois anos, está desaparecido desde a manhã da segunda-feira, 18, e foi visto pela última vez em uma feirinha no bairro de Benedito Bentes, parte alta da capital alagoana. Desesperada, a família está em busca de informações e iniciou o compartilhamento de fotos do menino em grupos de mensagens por aplicativo. O boletim de ocorrência foi registrado na noite de ontem.

Em entrevista ao programa Fique Alerta, da TV Pajuçara/Record TV, a mãe da criança identificada como Dirlene, que mora em Chã de Bebedouro, afirmou que Cauã estava passando uns dias na casa da amiga dela, no Benedito Bentes, para que ela pudesse trabalhar. Ainda segundo relato de Dirlene, o menino sumiu após a amiga e o companheiro se deslocarem para uma loja no comércio do bairro.

Agentes do Programa Ronda no Bairro disseram que foram acionados para atender a ocorrência de uma criança perdida na Avenida Pratagy. A guarnição fazia patrulha, quando se deparou com o casal pedindo ajuda. Eles contaram que cuidavam do filho de uma conhecida e que a criança não possui documentos civis. A equipe de Articulação e Mobilização Social do Ronda foi chamada para dar suporte e realizar o encaminhamento necessário. O caso ficou sob acompanhamento do Conselho Tutelar da Região X.

O boletim de ocorrência mostrou que a amiga de Dirlene tem apenas 16 anos. A adolescente afirmou no documento que estava com a criança na feirinha do bairro, por volta das 11h40, quando percebeu o sumiço dela. Ela disse à polícia que imediatamente procurou agentes da Ronda do Bairro, mas que não localizaram a criança e comunicaram o desaparecimento para a mãe, junto ao Conselho Tutelar.