Polícia

Caso Cauã: cuidador confessou crime a caminho da delegacia, diz polícia

Theo Chaves | 29/04/22 - 11h12
A criança estava desaparecida há mais de 10 dias | Foto: Reprodução

Diante das contradições em depoimentos prestados à Polícia Civil, o suspeito de matar o menino Cauã, um jovem identificado como Fernando Henrique de Andrade Olegário, de 25 anos, confessou o assassinato da criança no momento em que estava sendo conduzido à Delegacia de Crimes Contra a Criança e Adolescente (DCCCA), no Jacintinho, para prestar um novo depoimento. A confissão, que aconteceu nessa última quinta-feira (28), foi confirmada pelo chefe de operações Alan Barbosa, em entrevista ao TNH1, na manhã desta sexta-feira, 29.

De acordo com o investigador, o suspeito, que cuidava da criança junto da companheira adolescente, estava a caminho da delegacia, quando descreveu o crime e ainda indicou o local exato onde o corpo do Cauã estava. “Estávamos em diligências para buscar o jovem, que prestaria um novo depoimento, quando ele começou a confessar o crime. Após relatar o cenário onde tudo aconteceu, ele indicou o local onde o corpo foi desovado. Imediatamente nós mudamos o percurso e fomos ao local indicado pelo suspeito”, descreveu.

“O suspeito dizia que a criança havia sido sequestrada, mas criava diversas versões. No momento da confissão, ele criou outras versões para dizer que Cauã estava morto, porém, ao final, acabou confessando tudo”, acrescentou o investigador. 

Suspeito isenta companheira – Em entrevista ao programa Cidade Alerta, da TV Pajuçara, na noite dessa última quinta-feira (28), Fernando Henrique disse que companheira adolescente não tem envolvimento com a morte do menino. “Eu tive a ideia de contar aquela história de que estávamos no ponto de ônibus. Eu que pedi para falar isso. Foi eu que trouxe a criança para esse local. Eu também falei com ela para não falar nada e ela queria falar, mas eu não deixei”, contou.

Em depoimento à Polícia Civil, Fernando confessou que matou a criança no dia 18 de março, após ter ficado irritado com o choro de Cauã. Ele também relatou que a criança foi espancada antes de morrer. Após a prisão do suspeito, a adolescente está sob custódia da Polícia Civil, onde ficará à disposição das investigações.

O caso -  O mistério envolvendo o desaparecimento do menino Cauã, de apenas dois anos, no bairro Benedito Bentes, parte alta de Maceió, segue intrigante para quem acompanha o caso. O garoto, que não tem documento civis, tinha sido deixado aos cuidados de uma adolescente de 16 anos há cerca de 50 dias e, segundo testemunhas, teria sumido em frações de segundo na Avenida Pratagy, no mesmo bairro.

A mãe biológica da criança afirmou que Cauã estava passando uns dias na casa da amiga dela, no Benedito Bentes, para que ela pudesse trabalhar. Ainda segundo relato de Dirlene, o menino sumiu após a amiga e o companheiro se deslocarem para uma loja no comércio do bairro, esta a primeira versão da história.

Agentes do Programa Ronda no Bairro disseram que foram acionados para atender a ocorrência de uma criança perdida. A guarnição fazia patrulha, quando se deparou com o casal pedindo ajuda. Eles contaram que cuidavam do filho de uma conhecida e que a criança não possui documentos civis. A equipe de Articulação e Mobilização Social do Ronda foi chamada para dar suporte e realizar o encaminhamento necessário. O caso ficou sob acompanhamento do Conselho Tutelar da Região X.

A Polícia Civil confirmou na tarde dessa quinta-feira, 28, que o corpo encontrado em um terreno no Benedito Bentes, parte alta de Maceió, é do menino Cauã.