Polícia

Caso Marcelo Leite: comandantes da PM serão ouvidos nesta sexta sobre abordagem e tiros em empresário

Theo Chaves | 09/12/22 - 10h06
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Os dois comandantes das duas guarnições pertencentes ao 3° Batalhão da Polícia Militar, envolvidos na abordagem que vitimou com um tiro de fuzil o empresário Marcelo Leite, devem ser ouvidos nesta sexta-feira, 09, pela comissão de delegados que investiga o caso. De acordo com advogado Napoleão Júnior, que trabalha na defesa dos PMs, os disparos contra o veículo do empresário foram efetuados pelos dois comandantes. Eles devem prestar depoimentos na sede da Divisão Especial de Investigação e Captura (Deic), no bairro Santa Amélia, em Maceió.

Outros quatro policiais, que também participaram da ação que terminou com Marcelo gravemente ferido naquele dia 14 de novembro, em Arapiraca, já foram ouvidos nesta quinta-feira, 08.  De acordo com o delegado Sidney Tenório, que integra a comissão que está à frente das investigações, o conteúdo dos depoimentos é sigiloso e não será divulgado para não atrapalhar o andamento das investigações. 

"A comissão ouviu hoje quatro policiais militares que participaram da abordagem ao empresário Marcelo, mas, como o conteúdo é sigiloso e não há novidades ainda, foi decidido que somente haverá novo pronunciamento quando tiver algo mais concreto", disse o delegado nessa quinta, 08.

Em entrevista à reportagem da TV Pajuçara, logo após os policiais serem ouvidos na sede da Deic, o advogado Napoleão Júnior, que acompanhou os PMs durante os depoimentos, disse que os comandantes teriam visto Marcelo Leite empunhando uma arma, que seria a mesma apresentada pelos policiais. Ainda segundo o advogado, o empresário não obedeceu à ordem de parada solicitada pelos PMs, e, posteriormente, teria batido com o veículo em uma das viaturas. 

Advogado de familiares contesta versão dos PMs - Em entrevista ao TNH1, nessa quarta-feira (07), o advogado Leonardo de Moraes, que representa os familiares de Marcelo, contestou a versão apresentada pelos PMs."A alegação dos familiares é baseada em provas, em vídeos. Temos imagens da ação policial que vitimou Marcelo. Em nenhum momento os vídeos mostram Marcelo em alta velocidade ou em posse de uma arma. Marcelo nunca teve arma. Além disso, a cena do crime foi totalmente modificada pelos policiais, e eles apresentaram uma arma que nunca esteve em posse de Marcelo.  O empresário foi atingido pelos disparos às 12h e 49 minutos do dia 14 de novembro, e foi dar entrada em uma unidade hospitalar, que fica a cerca de 1,5 quilômetros do local onde a ação aconteceu, por volta das 1h e 18 minutos. Ou seja, demoraram aproximadamente 30 minutos para socorrer Marcelo", detalhou o advogado.

Três delegados investigam o caso - O delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Gustavo Xavier, designou, no último dia 17, uma comissão para atuar à frente das investigações, antes tratada como suposta tentativa de homicídio. A comissão é composta pelos delegados Filipe Ferreira Rodrigues Caldas (presidente da comissão), Sidney Walston Tenório de Araújo e Cayo Rodrigues da Silva.