Nordeste

Caso Miguel: delegado abre delegacia mais cedo para pegar depoimento de Sarí

Diário de Pernambuco | 29/06/20 - 09h00
Primeira-dama de Tamandaré, Sarí Côrte Real | Foto: Reprodução / Instagram

Vinte e oito dias após a morte do menino Miguel Otávio, ocorrida em 2 de junho, a primeira-dama de Tamandaré, Sarí Côrte Real, compareceu na manhã desta segunda-feira (29) para prestar depoimento sobre o caso. Sarí é acusada, pela Polícia Civil de Pernambuco, de homicídio culposo, porque estava com a guarda temporária da criança, que era filho de sua empregada doméstica, Mirtes Renata.

Chama a atenção que o delegado responsável pelo caso, Ramon Teixeira, abriu a Delegacia Seccional de Santo Amaro duas horas antes do expediente oficial (às 6h) para ouvir Sarí. A mãe de Miguel, Mirtes, também foi até a delegacia, após descobrir que a sua ex-patroa está prestando depoimento. 

O menino Miguel Otávio era filho de Mirtes e morreu no último dia 2, quando despencou de uma altura de aproximadamente 35 metros, no nono andar do edifício Píer Maurício de Nassau, conhecido como Torres Gêmeas e localizado no Bairro de São José, área central do Recife. Ele havia sido deixado aos cuidados de Sarí Côrte Real, empregadora de sua mãe, Mirtes, que teve que ir passear com os animais de estimação da patroa.

Chorando e procurando pela mãe, Miguel entrou no elevador do edifício duas vezes para buscá-la. Ele chegou a ser impedido pela primeira vez por Sarí, mas conseguiu se desvencilhar na segunda tentativa. Em vídeos de câmeras de segurança, a mulher aparece apertando botões e deixando o menino sozinho, no elevador.

Como Sarí estava com a "guarda momentânea da criança", ela foi parcialmente culpada pelo acidente, caso previsto no Art. 13 do Código penal, que trata de ação culposa, por causa do não cumprimento da obrigação de cuidado, vigilância ou proteção. Após ser presa em flagrante, pagou uma fiança de R$ 20 mil e foi liberada. Ela está sendo investigada por homicídio culposo, onde não caberia intenção de causar a morte da vítima.

O caso segue sob investigação do delegado Ramon Teixeira, da Delegacia Seccional de Santo Amaro, do Recife.