Com o fácil acesso de ferramentas de inteligência artificial, como o famoso Chat GPT, os golpes digitais ficaram mais eficientes. Através de mensagens elaboradas, com texto bem escrito e com o logotipo correto, golpistas ganharam o passe livre sem grandes desconfianças de quem recebe o comunicado, que pensam se tratar de uma mensagem verdadeira.
O texto parece profissional, sem erros gramaticais ou saudações estranhas, exatamente como aparece nas comunicações regulares do banco, isso faz com que clientes sejam enganados com mais frequência, aumentando o número de casos.
Nos Estados Unidos, consumidores já perderam mais de 8 bilhões de dólares com esse tipo de fraude em 2022, um aumento de 40% em relação à 2021. As maiores perdas vieram de fraudes de investimento, mas as fraudes de impostores foram as mais comuns.
O advogado criminalista, Ronald Pinheiro, explica que a população precisa entender que está vulnerável e em um ambiente onde existem muitas tentativas de fraudes. “As redes sociais impulsionaram de forma vertiginosa o número de vítimas nessas situações. Um dos golpes hoje que mais tem feito vítimas é chamado de golpe do falso WhatsApp. Inicialmente é preciso compreender que para obter contato ou fazer qualquer transferência, é preciso confirmar se realmente é aquela pessoa que está do outro lado”, conta.
O que se observa é que medidas de prevenção como autenticação por voz ou validação de imagem em tempo real podem ficar ultrapassadas e ineficientes, já que indivíduos vêm se utilizando de fotos e vídeos deep fake para autenticação.
Os criminosos podem usar a IA de diversas maneiras. Se você posta frequentemente nas redes sociais ou em qualquer lugar online, eles podem ensinar um modelo de IA a escrever no seu estilo. Se tiverem uma pequena amostra de áudio da sua voz, podem ligar para seus parentes reproduzindo exatamente a mesma voz e maneira de falar.
Um golpe muito comum são as de verificação de compra. As vítimas recebem mensagens informando que houve transações com valores elevados, saído de sua conta de um determinado banco, e para qualquer dúvida que entre em contato com o número oficial da instituição. Pouco tempo depois de receber essa mensagem, o indivíduo recebe uma chamada de um número com o identificador semelhante ao número do banco e começam a dar instruções do que deve ser feito. Naquela oportunidade, a vítima, acreditando que quem está do outro lado é realmente o banco, começa a fazer as instruções para que cancele aquele valor que foi transferido, mas na realidade está caindo em outro golpe.
“Em situações onde haja mensagens que informem que houve uma situação de transferência ou coisa do tipo, o melhor caminho é buscar os canais oficiais do seu banco e não fazer o que determinadas mensagens dizem. Eventualmente, se a vítima fez um pix para uma conta específica, ela poderá ingressar com uma ação para que quem recebeu a quantia o restitua, mas o primeiro passo é entrar em contato imediatamente com o banco para que eventualmente consiga cancelar aquela transação”, alerta o advogado.
Para tentar se precaver de golpes, algumas dicas podem ser seguidas pelos usuários como fortalecer contas com autenticação por dois fatores; ter contas privadas e não expor muito sobre sua vida pessoal nas redes sociais; e não atender chamadas de números suspeitos.
O advogado Ronald Pinheiro ainda destaca que, em caso de se tornar vítima, o primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência para que as autoridades saibam do fato e, além disso, alertar para a rede de contatos. Ele também explica que as compras online também devem ser fator de observância, antes de acreditar em tudo o que aparece no ambiente virtual.
“É preciso entender que existem muitas ofertas fraudulentas, que trazem vantagens e descontos absurdos. Por isso, nós orientamos a fazer as suas transações em ambientes seguros e sites conhecidos. Identifique se o site possui um cadeado no seu url, que dá a ideia de que é um site seguro. Hoje o consumidor possui inúmeras opções, mas é importante procurar fazer as transações nas plataformas mais conhecidas, porque se evita cair em uma fraude e ter um prejuízo maior”, finaliza.
