A disputa pela Prefeitura de Maceió, em 1992, tinha na liderança durante toda a campanha, pela ordem, o senador Teotonio Vilela Filho (PSDB), o deputado estadual José Bernardes (PFL) e o vereador Ronaldo Lessa (PSB).
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Esse cenário permaneceu até a véspera da eleição.
Lessa inclusive era chamado de “candidato garçom”, pois não passava dos 10% nas pesquisas de intenção de votos, e ele próprio admitia as dificuldades da sua candidatura quando dizia: “É difícil até conseguir dinheiro para a gasolina”.
Abertas as urnas, a surpresa: Ronaldo Lessa em 1º lugar e José Bernardes em 2º lugar foram à disputa do segundo turno – Téo Vilela, o favorito durante a campanha, ficou fora, como 3º colocado.
Assim que os nomes de Lessa e Bernardes foram confirmados, o senador Guilherme Palmeira (PFL), grande amigo de José Bernardes, recebeu em seu apartamento na Ponta Verde respeitado jornalista alagoano, experiente em política, para reunião com um marqueteiro do Maranhão indicado por José Sarney.
E abriu o encontro logo perguntando ao jornalista:
– Explique aqui ao seu colega o que pode ser feito para o Zé Bernardes ganhar do Ronaldo Lessa no segundo turno.
A resposta foi bem direta:
– Nada, senador. A diferença é muito grande em favor do Ronaldo, que ganhou apoio do Téo Vilela, o terceiro colocado no primeiro turno. Só um fato novo e grave, de grande repercussão na campanha, pode impedir que Ronaldo seja o prefeito.
Bem objetivo, como era do seu feitio, Guilherme Palmeira agradeceu pelo conselho, encerrou a reunião e os três continuaram a tomar uísque até o final da manhã.
No meio da tarde o marqueteiro do Sarney já estava embarcado de volta ao Maranhão.
Está mais ou menos assim a disputa deste segundo turno entre o governador Paulo Dantas (MDB), candidato à reeleição, e seu concorrente Rodrigo Cunha (União Brasil), tal a diferença de votos entre eles.
Paulo Dantas não foi afetado nem mesmo por acusações feitas pelo próprio pai, na reta final do primeiro turno.
Não parece provável aparecer agora algo mais grave que possa prejudicar o favoritismo da reeleição do governador.
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