Maceió

Censo vai identificar número de famílias afetadas por tremores de terra no Pinheiro

João Victor Souza | 19/11/18 - 15h30
Reprodução TV Pajuçara

Moradores do bairro Pinheiro, região afetada por rachaduras desde março deste ano, por conta de tremores de terra, participam desde o último mês de um levantamento demográfico solicitado pelo Governo Federal para que seja identificado o quantitativo real de famílias que ainda sofrem com seus imóveis atingidos pelo tremor. O objetivo da ação também é colher informações sobre a faixa etária e a renda das pessoas. 

Em entrevista à TV Pajuçara, nesta segunda-feira, 19, o advogado Davi Carnaúba, proprietário de um apartamento no bairro, informou que os moradores estão preocupados com a chegada das chuvas e o possível risco de desabamento. “Eles estão correndo contra o tempo para que o cadastro de pessoas seja completado até a chegada do inverno do próximo ano”, disse.

Segundo ele, há rumores que aproximadamente 11 quilômetros da região sofreram com o tremor, o que leva a uma média de 100 mil pessoas envolvidas, donas de casas, prédios, e estabelecimentos comerciais. Os dados não foram confirmados pelos órgãos competentes.

Sobre uma possível indenização aos moradores, o advogado relatou que ainda não tem conhecimento, pois depende de uma nova fase de procedimentos no local. “Ainda é muito embrionário, pois ainda está se fazendo o levantamento. Mas tudo indica que seja algo nesse sentido, uma eventual e futura indenização, mas ninguém sabe como. O que se falaram aqui é que seria em cima do valor venal e seria da alçada da União , não mais do Estado e nem do Município. Sabemos que é muito baixo, e não retrata o valor real do mercado”, afirmou.

“A posição é procurar se inteirar desse estudo, do que for concluído, para que a gente tome providência junto aos órgãos competentes, para saber qual a empresa que cometeu essa ação, pois provavelmente foi uma ação do homem para acontecer isso e não da natureza em si”, finalizou.

A reportagem do Portal TNH1 entrou em contato com a assessoria da Defesa Civil Municipal e foi informada que um novo equipamento, com maior capacidade para medidas de profundidade, deve ser enviado para Maceió, junto com uma equipe da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), órgão responsável pelo Serviço Geológico do Brasil, para ter uma nova avaliação do caso. 

Segundo a Defesa Civil, na última medição, o equipamento chegou a 14 metros de profundidade e não detectou anormalidade. A expectativa é que a nova máquina alcance até 3 mil metros de profundidade e não há previsão para o teste, já que a chegada do material depende de um processo licitatório ligado ao Governo Federal.