Cento e quinze cães são resgatados de 'casa dos horrores' após morte de tutora

Publicado em 30/06/2025, às 22h40
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por Extra Online

Mais de cem cães em péssima situação foram resgatados numa casa no Brooklyn (Nova York, EUA) na quinta-feira (26/06). Os animais foram encontrados pela polícia e resgatados por organizações não governamentais após a morte de uma das suas tutoras.

Segundo a emissora “ABC 7”, a polícia foi acionada após receber uma ligação para o 911 — número de telefone do serviço de emergência dos Estados Unidos —, informando que uma das duas irmãs que viviam na residência, Eileen Horn, de 73 anos, havia morrido. A causa da morte da idosa ainda não foi determinada.

Ao chegarem à residência na 66th Street, no bairro de Mill Basin, os agentes localizaram o corpo da mulher entre pilhas de lixo e cercada por uma horda de cães. Muitos dos animais estavam mal cuidados e visivelmente doentes.

De acordo com o abrigo Animal Care Centers of NYC (ACC), que retirou os animais da casa com a ajuda da American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (ASPCA), os cachorros teriam sido negligenciados. Um deles dava à luz quando os profissionais entraram na residência.

Animais resgatados

Ao todo, um total de 115 cães, cinco deles mortos, foram recuperados da casa de Mill Basin. Fotos divulgadas pelo abrigo, inclusive, mostram muitos dos animais sujos e com pelos emaranhados, vivendo em terríveis condições.

“Eles estavam muito nervosos, mas acho que estavam muito felizes por estarem longe do cheiro e por serem tosados. Muitos deles tinham pelos emaranhados, o que era muito doloroso porque puxava os pelos da pele”, disse a diretora de comunicações do ACC, Katy Hansen.

Vários cachorros precisaram ser anestesiados para serem tosados, “porque seria muito doloroso de outra forma”, observou a funcionária Karen Lecain, da Compassionate Animal Rescue Efforts (CARE), do Condado de Dutchess.

Karen e seus colegas socorristas da CARE trabalharam até meia-noite de sexta-feira (27/06) raspando e limpando os 40 animais que receberam da casa no Brooklyn. Um deles deu à luz um filhote morto no processo, informou a funcionária.

“Acho que foi o estresse”, supôs, “alguns deles nasceram naquela casa e nunca viram a luz do dia, então vai levar um tempo para que voltem a confiar”.

Presidente do NYC Second Chance Rescue, Jennifer Brooks tem seis dos cães no abrigo em Long Island City, onde teve que “dar a eles três ou quatro lavagens até que a água não ficasse mais amarela”.

“O cheiro é muito ruim, rançoso, e eles estão cobertos de detritos, sujeira e cocô. Mercedes tinha cocô grudado em todo o corpo, levei 45 minutos para cortar tudo do pelo dela”, disse Brooks, explicando que Mercedes é o nome que ela deu a uma cadela de cinco anos.

“Embora alguns deles estivessem muito assustados, nenhum deles foi agressivo comigo. Eles foram muito cooperativos, o que é incomum, porque você pensaria que eles ficariam assustados a ponto de talvez surtar, mas não foi o que aconteceu”, continuou.

'Casa de horrores'

Não está claro por quanto tempo as irmãs moraram na casa, avaliada em mais de US$ 1,3 milhão (R$ 7,11 milhões), de acordo com estimativas imobiliárias. A irmã de Eileen estava viva e dentro de casa, sendo tratada por uma equipe médica quando as autoridades chegaram, por volta das 7h. Nem ela e nem sua família puderam ser contatadas.

À “ABC 7”, os vizinhos descreveram a residência como uma “casa de horrores”. Muitos destacaram o cheiro forte e o barulho constante devido aos animais. Essa situação frequentemente levava a ligações para a polícia.

“Que cheiro! Tão tóxico que você nem consegue respirar”, criticou a vizinha Leeora Bernstein.

“Os policiais costumavam vir, bater na porta e eles não eram deixados entrar”, contou outro vizinho, Alex Zinger. “Eles diziam que não tinham causa provável e não conseguiam arrombar a porta nem nada do tipo”.

Os moradores também comentaram que a casa parecia não ter eletricidade, o que significa que não havia ar-condicionada para as mulheres durante a onda de calor histórica que atravessa várias cidades no estado. Na terça-feira (24/06), os termômetros no Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, registraram 38°C pouco depois do meio-dia.

Nas redes sociais, a ACC compartilhou que o apoio da comunidade tem sido muito importante enquanto trabalham para oferecer os cuidados adequados aos cães e, eventualmente, um lar.

“De abrigos e grupos de resgate a lares temporários, transportadores, tosadores e doadores, vocês se esforçaram por esses cães de maneiras que nunca esqueceremos”, escreveu o abrigo em uma publicação.

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