Ao entrar na orla marítima de Maceió neste sábado, 11, fazendo um desfile isolado, sem mais nenhum outro bloco, o Pinto da Madrugada encarava um desafio: atrair a mesma multidão dos desfiles anteriores, em que compartilhava com outras agremiações as Avenidas Antônio Gouveia, na Pajuçara, e Sílvio Viana, na Ponta Verde, no sábado anterior ao Carnaval.
Se o desfile deste ano foi considerado um teste, uma prova, o Pinto da Madrugada foi aprovado com louvor: a estimativa é que cerca de 400 mil pessoas tenham saído de casa exclusivamente para prestigiar o bloco e suas 18 orquestras, consagrando o frevo e a marchinha como ritmos carnavalescos ainda dominantes em Maceió.
Desta vez o bloco usou como tema a expressão “O Pinto da Madrugada é massa, um brinde à vida”, e fez valer sua condição de Patrimônio Imaterial da Cultura Alagoana, em parceria este ano com a Prefeitura de Maceió.
“Foram quase mil músicos no chão, arrastando pela orla toda essa simbologia do carnaval tradicional que o Pinto da Madrugada representa”, disse o advogado Hermann Braga Lyra Neto, dirigente do bloco.
“Aqui é só frevo, frevo no pé, no chão, na cultura, na história do nosso bloco e das prévias carnavalescas de Maceió e Alagoas. A gente vê essa explosão de alegria e se emociona a cada ano em que o Pinto sai, desde 2000”, festejava o economista Braga Lyra, um dos fundadores do bloco – com Marcial Lima (já falecido), o médico Marcos Davi e o professor Eduardo Lyra.
A parceria firmada com a Prefeitura de Maceió terá continuidade: no próximo mês de março a diretoria do Pinto da Madrugada e o prefeito JHC vão definir o calendário de aulas e as seleções para os primeiros alunos do Galpão Cultural do Pinto da Madrugada, implantado semana passada no bairro de Jaraguá.
O que surgiu como uma simples proposta de um grupo de amigos para revitalizar o Carnaval de Maceió, no ano 2000, se transforma a cada ano num movimento cultural sem precedentes na história cultural de Alagoas.
LEIA MAIS
+Lidas