Contextualizando

“Contextualizando” relembra por que Cunha não tem candidato a presidente

Em 7 de Outubro de 2022 às 06:45

Hoje tem início o horário eleitoral no rádio e na televisão, dando mais forma à disputa entre os dois candidatos que vão concorrer ao segundo turno nos Estados, como é o caso de Alagoas, e à Presidência da República – Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT).

No que diz respeito ao nosso Estado, o governador Paulo Dantas (MDB) concorre à reeleição e está profundamente empenhado em levar Lula de volta ao Palácio do Planalto.

O senador Rodrigo Cunha (União Brasil), concorrente de Paulo Dantas, não declarou apoio a nenhum dos presidenciáveis no primeiro turno e há, agora, enorme expectativa sobre se ele vai ou não se declarar a favor da reeleição de Jair Bolsonaro.

A propósito, reproduzo hoje um texto postado por mim aqui mesmo neste blog, em 27 de agosto deste ano, exatamente 40 dias, por considerá-lo atual e oportuno:

“Saiba por que Rodrigo Cunha não tem candidato a presidente da República

Há quem acuse de omissão o senador Rodrigo Cunha, candidato a governador pelo partido União Brasil, por não se posicionar em relação aos dois principais candidatos à Presidência da República: Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT).

Muitos até dizem que Cunha participou da última caminhada em favor de Bolsonaro na orla de Maceió, na campanha de 2018, e já eleito senador teria se recusado a declarar apoio ao atual presidente da República.

‘Ingrato’ e ‘traidor’ são dois termos muito usados por bolsonaristas alagoanos para criticar Rodrigo Cunha e lhe negar o voto agora, para governador.

Não tenho procuração do senador, mas por conhecimento próprio sei que ele não participou da manifestação de 2018 em favor de Bolsonaro.

Na verdade, Rodrigo estava em campanha no Litoral Sul e se dirigia a outras atividades no Litoral Norte quando, já encerrado o ato em favor de Bolsonaro, deu uma parada em Maceió para participar de evento dos candidatos a deputado federal Eduardo Canuto e JHC, na chamada Praça do Alagoinhas, em Ponta Verde.

Por coincidência, na Praça do Alagoinhas ocorreu a dispersão dos simpatizantes de Bolsonaro. Logo após seu discurso, Rodrigo foi cumprir a agenda no Litoral Norte.

Eu estava na praça, a convite do amigo Eduardo Canuto, e sou testemunha.

O hoje senador não costuma tocar nesse assunto, mas convém lembrar que a mãe (deputada federal Ceci Cunha) e o pai (Juvenal) de Rodrigo Cunha foram assassinados no interior da casa de uma tia dele, em 16 de dezembro de 1998, momentos depois que Ceci tinha sido diplomada para mais um mandato na Câmara dos Deputados.

Talvane Albuquerque, que havia ficado como primeiro suplente da coligação de Ceci, foi condenado como mandante dos homicídios, porque ficara como primeiro suplente da coligação de Ceci e assumiria a vaga com a morte dela, o que de fato ocorreu.

Na sessão da Câmara para decidir pela cassação do mandato de Talvane Albuquerque, 425 deputados votaram pela cassação e 29 foram contra.

Mas somente o então deputado Jair Bolsonaro usou o microfone para justificar seu voto contra a cassação do colega, explicando:

“Porque amanhã qualquer um de nós pode estar no lugar dele. Estamos condenando por um contato com um cidadão, um elemento que foi marginal no passado. Agora, quem aqui nunca teve contato ou conversou com um marginal?”, disse na ocasião Bolsonaro.

Talvane Albuquerque, além de cassado, foi condenado a 103 anos pelos assassinatos e cumpriu 9 anos de prisão – está em liberdade desde o ano passado.

Apesar de o deputado federal Arthur Lira (PP), atual presidente da Câmara, ser seu principal apoiador na campanha para governador e grande apoiador de Jair Bolsonaro, Rodrigo Cunha, por conta desse episódio descrito acima, se mantém neutro na disputa pela Presidência da República.

Até porque não tem ligação alguma com a esquerda representada por Lula nesta eleição.

E você, o que faria na situação de Rodrigo Cunha?

A pergunta dirigida a você, nobre leitor (a), permanece bastante atual, até por que Rodrigo Cunha está sendo pressionado por apoiadores a dar palanque a Bolsonaro.

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