A troca de favores por votos no Legislativo em favor de causas do interesse do Executivo é uma prática antiga na política brasileira, que ganhou maior dimensão quando o presidente Fernando Henrique Cardoso utilizou essa forma de barganha para garantir a sua reeleição e a dos seus sucessores, governadores e prefeitos.
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Na campanha presidencial de 2018, Jair Bolsonaro (PL) prometeu acabar com essa prática, caso chegasse ao Palácio do Planalto, mas foi eleito e não resistiu aos encantos do poder: ficou só no discurso e também escancarou as portas para a liberação de emendas parlamentares e outros favores ao Legislativo, em troca da tal “governabilidade”.
Pela terceira vez ocupando a Presidência da República, Lula (PT) pela terceira vez repete a mesma prática, agora para impedir que uma CPMI proporcione uma “versão oficial” de que o seu governo não teve nenhuma participação nos episódios de 8 de janeiro, em que “terroristas”, agora chamados de “manifestantes”, invadiram os prédios dos três Poderes, em Brasília.
Isso apesar de vídeos exibidos semana passada pela CNN mostrarem que não apenas o ex-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, mas inclusive o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o próprio Lula estiveram no Palácio do Planalto no dia da ocorrência.
O jornal “Folha de São Paulo” afirma em matéria sobre o assunto:
“Segundo relatos feitos à reportagem, nas últimas semanas integrantes do governo passaram a ser pressionados para acelerar a liberação da verba, num contexto em que a frágil base de sustentação do Executivo petista começará a ser testada no Congresso”.
Traduzindo com informações da própria reportagem: para reverter votos que garantam o controle da CPMI, a ser formada amanhã (26), o governo petista promete jeton, de R$ 5 milhões a R$ 7 milhões, a cada deputado federal integrante da base governista.
Vale a pena perguntar: nosso Brasil tem futuro, com práticas assim?
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