Corpo de Ana Beatriz foi preservado por fossa, mas ainda não pode ser liberado; entenda

Publicado em 05/05/2025, às 14h31
Caso Ana Beatriz: coletiva feita pela Secretaria de Segurança Pública detalhou como corpo foi encontrado - Eberth Lins/TNH1
Caso Ana Beatriz: coletiva feita pela Secretaria de Segurança Pública detalhou como corpo foi encontrado - Eberth Lins/TNH1

Por TNH1 com TV Pajuçara

Em entrevista coletiva na Secretaria de Segurança Pública do Estado de Alagoas (SSP-AL) nesta segunda-feira, 05, a Polícia Científica de Alagoas explicou que ainda aguarda os exames para comprovar cientificamente que o corpo encontrado em uma chácara, no último sábado, 03, em Jacarecica, litoral norte de Maceió, é o da adolescente Ana Beatriz Moura, de 15 anos.

Enquanto não houver a identificação oficial por parte da Polícia Científica, o corpo permanecerá no Instituto Médico Legal. 

"O corpo estava relativamente conservado, devido ao local em que se encontrava: um ambiente frio, que era essa fossa, úmido. Aí tende a haver uma conservação, mas não uma conservação total. Estava menos decomposto do que se estivesse ao ar livre, submetido ao sol quente da nossa região. Estava, como chamamos na perícia, saponificado, como se fosse um sabão. Mas estava decomposto. Tanto que não foi possível identificá-la pelas impressões digitais, que estavam já decompostas. E não dava para ver também o rosto perfeitamente. Segundo a delegada, ela estava sem roupa. Digo segundo a delegada, porque não acompanhei no local. E mesmo que tivesse roupas, e a família a reconhecesse, não é suficiente para uma identificação científica", detalhou Rosana Coutinho, perita-geral.

O corpo da adolescente Ana Beatriz foi encontrado em uma fossa nos fundos de uma chácara. Segundo uma prima da vítima, manchas de sangue foram encontradas dentro da casa e perto do local é possível ver uma grande quantidade de cabelo, que a família acredita ser da jovem.

"Nós só podemos liberar quando o corpo estiver cientificamente identificado. E nós estamos dando total prioridade ao exame. Hoje [segunda] ainda vamos receber o material do IML e, até o fim desta semana, devemos ter o resultado", esclareceu a perita-geral da Polícia Científica.

A delegada Talita Aquino informou que Ana Beatriz mantinha um relacionamento com o principal suspeito do crime, um homem casado e pai de três filhos. Ele está preso desde o dia 12 de abril.

Ainda de acordo com Aquino, a suspeita é de que a jovem tenha comunicado a ele que estava grávida, o que pode ter provocado uma reação negativa do homem.

"Acreditamos que a vítima pode ter simulado uma gravidez e, ao contar ao suspeito, ele pode ter se desesperado e ter dado um fim a vida dela", comentou a delegada.

Apesar dos boatos que chegaram à polícia, o exame de necrópsia no corpo encontrado descartou qualquer indício de gestação. "Durante a necropsia, as delegadas me pediram para verificar isso. Passei para o médico legista, que verificou e não havia gravidez", relatou Rosana Coutinho.


Causa da morte - A Polícia Científica citou que foi coletado material estomacal para ver se Ana Beatriz foi assassinada por envenenamento ou asfixia (esganadura ou outro meio), pois a perícia não identificou ferimento de arma de fogo ou branca no corpo de Ana Beatriz.


O caso - Ana Beatriz foi vista com vida pela última vez no dia 8 de abril ao deixar o Ifal, no Centro de Maceió. Segundo a Polícia Civil, a jovem de 15 anos saiu da escola mais cedo que o normal, no início da tarde. Em seguida, ela foi de mototáxi para Garça Torta. Por mais de 20 dias, familiares se mobilizaram e realizaram buscas por conta própria

Um homem de 43 anos foi preso pela Polícia Civil no sábado, 12. De acordo com testemunhas, o suspeito é um rosto conhecido dos familiares, já que Ana Beatriz atuou por um tempo como babá para a família dele. Ainda de acordo com os policiais, o suspeito teria pago o valor da viagem da jovem até o local onde ela sumiu.

As autoridades informaram que a descoberta de onde o corpo da adolescente estava ocultado só foi possível com um trabalho colaborativo da Polícia Penal. 

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