Polícia

Defensoria vai pedir afastamento da equipe que investiga o caso Danilo

Redação TNH1 | 16/10/19 - 17h45

A Defensoria Pública vai pedir na manhã desta quinta-feira (17) o afastamento da equipe policial encarregada pela investigação da morte do pequeno Danilo. A informação foi confirmada pelo defensor público Marcelo Arantes, chefe do Núcleo Criminal da Defensoria Pública do Estado (DPE). 

O pedido será encaminhado aos órgãos fiscalizadores, como Conselho Estadual de Segurança (Conseg) e a Corregedoria de Polícia Civil de Alagoas. Segundo Arantes, José Roberto e Darcinéia Almeida, padrasto e mãe de Danilo, só deverão prestar novos depoimentos com a presença da Defensoria Pública. 

"Já orientamos eles a prestarem qualquer declaração com a defensoria presente. O relato é grave. Vamos pedir para que seja apurado, para saber se isso procede ou não. É muito grave o que eles falaram. Para evitar maiores danos para quem quer que seja, eles vão ser ouvidos só se a defensoria estiver presente". 

José Roberto e Darcinéia Almeida, padrasto e mãe do menino Danilo, de 7 anos, encontrado morto no dia 12 de outubro no Clima Bom, estiveram nesta quarta (16) na Defensoria Pública do Estado para pedir apoio nos próximos depoimentos que possam ser prestados à Polícia Civil.

Eles alegam que foram pressionados a confessar participação no crime, durante depoimento prestado entre a noite de ontem e madrugada de hoje, na sede da Delegacia de Homicídios (DH). Afirmam ainda que sofreram agressão e tortura psicológica para que dissessem que o padrasto foi o autor do crime.

A direção da Polícia Civil de Alagoas emitiu nota na tarde desta quarta-feira, 16, rebatendo acusações. A entidade afirma que "qualquer desvio conduta na institução são devidamente apuradas, desde que comunciadas oficialmente" e que possui canais internos para esse tipo de denúncia. 

Na nota, a PC afirma, ainda, que a mãe e o padrasto do menino Danilo foram encaminhados à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) a pedido da psicóloga que ouvia o irmão gêmeo do garoto morto, para se obter "uma contextualização mais ampla das pessoas que tinham uma relação mais próxima com a vítima", diz o texto.

Entenda o caso

Uma criança de 7 anos foi assassinada a facadas na sexta-feira (11), após ser abordada por uma mulher desconhecida, em uma rua no Clima Bom II, parte alta de Maceió.

De acordo com o delegado Ronilson Medeiros, da Delegacia de Homicídios, o menino tinha ido até a oficina do padrasto, por volta das 13h, acompanhado do irmão gêmeo, levar um talher, quando ambos foram abordados pela mulher, que segundo a criança sobrevivente tinha o cabelo verde.

Ele voltou para casa e relatou o fato à família, que procurou a Polícia Civil e registrou Boletim de Ocorrência. Houve uma mobilização de moradores do bairro à procura da criança, mas ela só foi encontrada na madrugada, em um local conhecido como Beco da Malil.

A Delegacia de Homicídios, Perícia e IML foram acionados e constataram que o menino tinha marcas de facadas na cabeça e, ainda, que o crime não teria sido cometido naquele local. "Ou deram banho na criança ou limparam. Não tinha marcas de sangue, mas fizeram questão de deixar em um local de fácil acesso", revelou.

O irmão gêmeo é uma das testemunhas da cena, além de moradores que teriam visto um carro se aproximando do beco onde o corpo da criança foi deixado.