Maceió

Em Brasília, vereador maceioense questiona presidente da Braskem sobre instabilidade dos poços de salgema

Assessoria | 07/11/19 - 21h47
Reprodução/Agência Câmara Federal

Durante a audiência pública da Comissão Externa da Câmara dos Deputados Federais, em Brasília, que discutiu o afundamento dos solos nos bairros de Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto, realizada nesta quinta-feira, o vereador Francisco Sales (PPL) questionou o presidente da Braskem, o executivo Fernando Musa, sobre a instabilidade dos poços de extração de salgema localizados nessas áreas.

A empresa tem 35 poços de extração perfurados nas áreas dos quatro bairros e realiza estudos desde 2018 para atestar as condições destes, através de estudos dos sonares. Francisco Sales destacou que são visíveis as dificuldades enfrentadas pela empresa para localizar essas minas. “Não consigo entender como a empresa afirma realizar estudos todos os anos e agora encontra tantas dificuldades para localizar essas minas e realizar os sonares. Estão fazendo diversas coisas, inclusive destruindo nosso mangue com terraplanagem e não conseguem concluir esses estudos”, afirmou o vereador.

Fernando Musa detalhou que a empresa já concluiu 25 sonares dos 35 poços existentes e que até o final do mês de dezembro serão concluídos os demais. De posse do dado, o vereador argumentou se o presidente da Braskem tinha informação de quantos poços estavam com instabilidade, no entanto, a resposta foi negativa.

“Estou perguntando isso, pois antes de vir a esta audiência tive um encontro na Agência Nacional de Mineração e sabe quantos poços não estão intactos: seis. E ainda temos a informação de que alguns a empresa não consegue localizar. Gostaria de saber quanto tempo mais será necessário para que a empresa assuma sua culpabilidade diante de tantas informações contestadas e compravas pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). É preciso ser mais rápido, já que se fala tanto em ser parte da solução, pois já tem mais de dois anos que os moradores sofrem com todos esses danos”, afirmou Francisco Sales.

Novos dados

Em sua explanação detalhando as causas do afundamento do solo, o geólogo do Serviço Geológico do Brasil, Thales Sampaio, garantiu que é necessário que a Braskem entregue todos os estudos dos sonares para que se possa avaliar a quantidade de espaço vazio no subsolo.

A estimativa da CRPM é que a extração do salgema nos últimos 40 anos equivale a três estádios do maracanã cheios ou 700 mil caminhões. “É preciso saber quanto espaço falta a ser preenchido. Se essas cavernas desmoronaram, o quanto elas preencheram ou se está tudo vazio. É preciso ter esses detalhes para que possamos apresentar as soluções e queremos apresentar essas soluções, mas, por favor, não deturpem o relatório conclusivo da CRPM”, acrescentou Sampaio.