Os preços das corridas pelo aplicativo Uber começaram esta quarta (8), dia de paralisação parcial de motoristas do aplicativo, com tarifas até 50% mais altas em alguns trajetos de São Paulo.
O protesto de motoristas, que reivindicam reajuste dos valores recebidos e maior rigidez no cadastro do passageiro, para melhorar a segurança dos condutores, aconteceu no mesmo dia em que condutores da Uber do mundo todo se mobilizaram contra condições de trabalho, tendo em vista que a companhia deve estrear na Bolsa de Nova York nesta sexta-feira (10).
Segundo observado pela reportagem, em trajetos da Pompeia ao aeroporto de Guarulhos e de Perdizes até a região central o preço das corridas ficou 50% maior, na comparação com dias anteriores.
De Perdizes à região central, por exemplo, no período antes das 8h, o valor costuma ficar próximo a R$ 10, enquanto nesta quarta o preço subiu para R$ 15. Às 10h, os preços já haviam se normalizado.
Na manhã desta quarta, o protesto no Vale do Anhangabaú contou com a adesão de 130 motoristas e 30 carros, de acordo com Paulo Reis, motorista de Uber que estava liderando a paralisação na cidade.
Do Anhangabaú, os motoristas seguiram a pé até o prédio da B3, Bolsa de São Paulo, onde fizeram ato de protesto.
Também pela manhã, cerca de cem motoristas foram protestar diante de um escritório da Uber, na Barra Funda.
Quem decidiu por não aderir à paralisação acabou aproveitando o preço dinâmico, que eleva as tarifas quando a oferta de motoristas é baixa.
Alex da Cruz, 24, é um exemplo. Ele disse não poder parar pois nesta semana tem de pagar o aluguel do carro que usa para trabalhar e a mensalidade da escola da filha. "Nesta época do mês não dá para parar, tem muito boleto vencendo."
Pela manhã, Alex disse normalmente ver corridas com tarifas 50% mais caras. Nesta quarta, ele as viu triplicar de preço. "Mas foi rápido. Às 9h20, já tinha voltado ao normal."
Em nota, a Uber informou que os motoristas são fundamentais para o funcionamento da empresa.
