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A dança já foi um elemento bastante importante no hip-hop. Nos Estados Unidos, foi a partir das block parties –com suas batalhas de break, grafite, rimas e batidas– que a cultura brotou e evoluiu. Eram os anos 1970. Tudo acontecia na rua.
Rincon Sapiência, que ainda não tinha nascido (ele é de 1985), sabe que a cultura de rua se desenvolve hoje em outro território. Não que, no caso dele, a habilidade também como criador digital signifique inovação ou qualquer outra bobagem do tipo.
O que ele faz é puxar o cordão umbilical do hip-hop –e aí entra o tratamento que dá para um tema tão presente quanto necessário, como a ancestralidade– e costurar isso com os desejos e carências de agora. "A quebrada é tão ancestral/ Nos comunicamos em roda", ele diz em uma das músicas.
A dança é o fio condutor de "Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps". Título rebuscado para algo bastante simples: o contrapeso para a vida real. Ou seja, a música e a dança. A fértil e pulsante cena de dança se expande há alguns anos no país, em movimentos e grupos como Batekoo, Amem, Jamaicaxias, além de todos os coletivos e houses de vogue, afrohouse ou passinho, é apenas a ponta do iceberg.
O caráter político da dança e a discussão sobre corpo e identidade são alguns dos caminhos que percorrem o rapper e poeta de Itaquera, região leste de São Paulo, no seu terceiro álbum de estúdio. "A dança é como ginástica/ Ela tem a cintura elástica/ Ancestralidade em prática/ Eu confesso que é nossa tática/ Afinal de contas, multiplica essa multidão matemática". É pela dança que o autoconhecimento, muitas vezes, acontece.
Voltando à ancestralidade. Rincon foi buscar em Famoudou Konatè, um dos principais bateristas do mundo de djembe –tipo de tambor originário de Guiné-Bissau–, muitos dos elementos sonoros para construir sua coleção de "afroreps". Ele sampleia o guineense em "Meu Ritmo" e dá o crédito: "Pegada funk tipo Guimé/ Mas o meu tambor vem da Guiné."
Experimentar nunca foi tabu para o Manicongo. Para quem já foi de Kamau a NX Zero, de Alice Caymmi a IZA, é natural ter agora Mano Brown de um lado e Gaab do outro. Só consegue arriscar assim quem revisitou feridas e se conhece bem.
Talvez por isso, no "Mundo Manicongo", dança e "afroreps" se sobreponham ao drama. Não deve ser fácil fazer a maioria dançar com linhas como "Quanto vale uma vida? Pensa no seu pivete/ Na bolsa tem a Bíblia/ Mas também tem canivete", ou então "Trabalhadora voltando pra casa/ Perguntando pra Deus: 'Por que não tenho asas?'" –trechos de "A Volta para Casa", do disco "Galanga Livre", de 2017.
Mas, exatamente por reafirmar a importância da cultura do MC, Rincon deve ter a dimensão do compromisso que mantém com quem o acompanha desde as batalhas de freestyle, há quase 20 anos –sim, esse é o tempo da persistência em sua arte.
Quando o chamado é para geral dançar, as dificuldades ligadas à construção da lírica (ou "verso livre", como diz Rincon) se refletem na redução do storytelling como recurso narrativo –habilidade que Rincon sempre ostentou. Essa contação de histórias –escola importante no leque de subgêneros do rap– pode não ser a prioridade em "Mundo Manicongo", mas a variação vocal e do esquema de rimas de Rincon são trabalhados no detalhe. Em vez das "punchlines" fáceis, Rincon trafega pelas sutilezas.
Conversar racionalmente com as pessoas –por meio de crítica política e social– e, ao mesmo tempo, conversar "fisicamente" com quem consome seu som é um diálogo que, quando potente, se dá em um plano totalmente ritualístico –e aqui voltamos, por fim, à ancestralidade.
"Não tem problema nenhum se seu corpo balançar", lembra Rincon. Ele sabe que a dança sempre foi uma das maneiras de combater o drama –seja o individual ou o coletivo.
Música
Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps
Onde: Nas plataformas digitais
Autor: Rincon Sapiência
Gravadora: MGoma
Avaliação: Bom