Brasil

Empresa se recusa a fazer convite de casamento de casal gay e é acusada de homofobia

Extra Online | 24/04/24 - 19h34
Reprodução/Rede Social

Um casal gay denunciou ter sido vítima de homofobia após uma loja de São Paulo se negar a fazer "convites homossexuais" de casamento. A resposta da Jurgenfeld Ateliê foi dada quando um dos noivos, Henrique Nascimento, enviou mensagem via WhatsApp para fazer um orçamento. Após o caso repercutir nas redes sociais, a empresa, que diz seguir princípios cristãos, se pronunciou alegando que não se trata de "homofobia ou qualquer tipo de preconceito, mas sim de princípios e valores".

Em prints divulgados nas redes sociais, é possível ver que nas mensagem Henrique encaminha modelos de convites e afirma que "amou" e "quer fazer". O contato foi feito às 9h38 da manhã e, como não obteve resposta, ele enviou outra mensagem por volta de 15h. Quase uma hora depois, a Jurgenfeld Ateliê respondeu pedindo desculpas e afirmando que não fazem "convites homossexuais" e que "seria bacana você procurar uma papelaria que atenda sua necessidade".

Henrique rebateu a mensagem da loja, afirmando que "uma empresa não pode fazer assepsia de pessoas". Ele e o noivo disseram ter ficado "chocados e entristecidos" com o ocorrido. Um boletim de ocorrência foi realizado pelo casal na madrugada desta quarta-feira (24).

"É com grande decepção que expressamos nossa profunda insatisfação com a recusa em fornecer serviços para o nosso casamento, simplesmente por sermos um casal homossexual. Ficamos chocados e entristecidos ao sermos informados de que nossa orientação sexual era um motivo para negar nossos convites de casamento", escreveu Henrique.


Loja cita 'heterofobia'

Em uma primeira nota de repúdio publicada no perfil da loja, que foi apagada pela empresa após a repercussão do caso, o dono reafirma o posicionamento de não fazer fotografia de casamentos e nem eventos homossexuais. Segundo ele, há dois a empresa tem negado "muitos serviços" a casais homossexuais. Na legenda do post, o ateliê chegou a sugerir ainda a existência de uma "heterofobia", que seria um suposto preconceito contra pessoas heterossexuais.

"Existe 'heterofobia?' Está aí uma pergunta que deveria ser introduzida nos livros de filosofia desse século (...) Hoje, chegamos ao nosso ápice. Não aguentamos mais ter que aguentar tantas críticas e questionamentos sobre o fato de não realizarmos casamento ou eventos homossexuais", diz a nota.

O GLOBO procurou o ateliê por meio de seu perfil nas redes sociais, mas não obteve retorno.