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Informações das jornalistas Cynthia Deloedti e Talita Nascimento, na plataforma Broadcast+:
“O empresário mexicano Carlos Slim tem se movimentado e montado posição no mercado secundário de bonds, já se preparando para uma renegociação de dívidas da Braskem Idesa (subsidiária mexicana da Braskem), da qual detém cerca de 25% das ações.
Segundo fontes próximas ao assunto, ele já teria uma das maiores fatias desses títulos, o que lhe dá vantagens na negociação e pode levá-lo a aumentar participação acionária na empresa.
Normalmente, a conversão de dívida em ações é uma das estratégias utilizadas em reestruturações de dívida.
A situação da Braskem Idesa se agravou pela dificuldade de gerar caixa, após falhas de fornecimento da petroleira estatal mexicana, a Pemex, e do atraso de uma parada de manutenção.
A renegociação em curso visa fazer frente a uma empresa com problemas de liquidez e que precisa de novos prazos para os vencimentos de bonds.
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A expectativa de alguns interlocutores é, no entanto, de que as conversas levarão a um corte (haircut) profundo no valor da dívida da companhia. ‘A situação de liquidez da Idesa é mais crítica do que se imagina e a reestruturação será dura’, disse uma das fontes com conhecimento do assunto.
Outra fonte próxima à empresa acrescenta que a Idesa segue adimplente e que, neste momento, renegocia as condições de vencimentos que ainda estão por vir.
Para a Braskem, que atualmente tem 75% de participação na Idesa, os impactos são limitados e, eventualmente, positivos. ‘A visão, inclusive de analistas do setor, é a de que toda essa questão não afeta, ao menos a princípio, o caixa da Braskem’, disse a fonte próxima à empresa.
Isso porque, além de ainda não haver atrasos, essas dívidas não poderiam ser cobradas da empresa-mãe brasileira. ‘Uma solução para a Braskem Idesa pode melhorar o valor de mercado da Braskem’, acrescentou outra fonte que é interessada no assunto e acompanha de perto os movimentos.
A dívida líquida da Braskem Idesa é de cerca de US$ 2 bilhões, com alavancagem de 10,21 vezes (Dívida líquida sobre Ebitda Recorrente). Em 2029, se concentram 44% dos vencimentos da empresa, somando US$ 995 milhões.”
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