Entidades rejeitam reajuste de 4% e voltam a protestar contra a Prefeitura de Maceió

Publicado em 02/06/2022, às 11h29
Os servidores cobram um reajuste maior que os 4% oferecido pela prefeitura | Foto: Cortesia ao TNH1
Os servidores cobram um reajuste maior que os 4% oferecido pela prefeitura | Foto: Cortesia ao TNH1

Por Theo Chaves

Onze entidades de servidores municipais de Maceió seguem contrárias ao reajuste de 4%, isto é, muito abaixo da inflação, oferecido pela Prefeitura de Maceió após paralisações e ameaça de greve geral dos trabalhadores.

Em carta aberta, o Movimento Unificado dos Servidores Públicos de Maceió classificou a proposta da Prefeitura de Maceió como "inadmissível" e "absurda".

Nessa quarta-feira (1º), servidores voltaram a protestar e criaram o "São João dos Massacrados", uma sátira para criticar o valor milionário investido pela gestão do prefeito JHC nas festas juninas, enquanto, segundo os sindicalistas, os trabalhadores não estão sendo valorizados.


Veja a carta:

Em entrevista ao TNH1, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (SINTEAL), Maria Consuelo Correia, disse que o valor de reajuste proposto pelo prefeito de Maceió é um "tapa" na cara dos servidores.

"Em nenhum momento o JHC sentou com os servidores e discutiu os valores salariais propostos. Sempre conversamos com o secretariado da prefeitura e nunca com ele. É um tapa na cara dos servidores de Maceió ele dizer que não pode dar um valor de reajuste acima de 4% e , logo em seguida, anunciar uma festa de São João com valores astronômicos. Obviamente, não somos contra o São João, pois faz parte da cultura nossa, porém esse valores gastos com atrações nacionais deveriam ser investidos em políticas públicas, em Saúde, Educação e etc.", disse Consuelo. 

Já a presidente do Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado de Alagoas, Alessandra Costa, explicou que o valor proposto pela prefeitura é incompatível com a inflação e não reduz as perdas registradas pelos servidores ao longo dos últimos anos. "Contratamos um técnico para calcular o valor exato para um reajuste que cubra as nossas perdas ao longo dos últimos anos. Esse valor aproxima dos 16%. Não tem como os servidores públicos aceitarem 4% e, ainda por cima, em duas parcelas: 2% (dois por cento) em julho e mais 2% (dois por cento) em outubro de 2022. Respeitamos os que aceitaram a proposta, porém temos as nossas lutas e estamos com todos os servidores", disse a sindicalista.

 Ainda segundo Alessandra Costa, uma nova reunião foi marcada para a tarde desta quinta-feira, 02, com representantes da Prefeitura de Maceió, na tentativa de abrir tratativas para uma nova proposta de reajuste salarial.

Veja as entidades que não aceitaram o reajuste:

  • 1- SOEAL - Odontólogos,
  • 2- SASEAL - Asdisyentes Sociais,
  • 3- SINEAL - Enfermeiros,
  • 4- SINDPREV - Seguridade Social,
  • 4- SINDACS - Agentes Comunitários de Saúde,
  • 5- SINDNUT - Nutricionistas,
  • 6- SINDATRAN - Agentes de Trânsito,
  • 7- SINTRAEAL - Técnicos e Auxiliares de Enfermagem,
  • 8- SINDFARMACIA - Farmacêuticos,
  • 9- SINDPSI - Psicólogos,
  • 10- SINTEAL - Educação,
  • 11- SINMED - Médicos.

A reportagem do TNH1 entrou em contato com a Prefeitura de Maceió, mas até o momento não houve resposta.

Alguns servidores aceitaram o reajuste de 4% - Durante votação que aconteceu em uma Assembleia Geral realizada na sede Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, nessa terça-feira (31), alguns funcionários públicos de Maceió aceitaram a proposta de 4% de reajuste salarial oferecida pela prefeitura da capital alagoana.  De acordo com Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maceió e Região Metropolitana Estadual de Alagoas (Sindspref), foram 210 votos a favor e dez contrários à última proposta enviada pela Prefeitura Municipal de Maceió.

Ainda segundo o sindicato, os servidores a proposta aceita prevê um reajuste de 2%, que acontecerá em julho e o restante, 2%, em outubro. Também foi acordado duas progressões, que acontecerão em dezembro/2022 e em abril/2023. 

"O percentual não é o ideal, nem perto do que foi pedido pela categoria, mas o avanço nas negociações com o Executivo Municipal, evitaram nenhum reajuste e perdas no Plano de Cargos e Carreiras. Além de todas essas questões, os estragos ocasionados pelas chuvas incentivaram o pedido de uma nova reunião de deliberação e a decisão final foi dos trabalhadores", explicou Sidney Lopes, presidente Sindspref.

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