Há um ditado que diz: “Troque suas folhas, mas não perca suas raízes. Mude suas opiniões, mas não perca os seus princípios.”
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Essa sabedoria popular pode se aplicar em tudo, menos na política brasileira.
São milhares de exemplos que se manifestam principalmente nas campanhas eleitorais, após os resultados das eleições e na formação das equipes de governo – no âmbito municipal, estadual ou federal.
É quando prevalecem coisas do tipo: “esqueçam o que eu disse”, “a política é muito dinâmica” e “nada como um dia atrás do outro”.
Quem não se lembra de acusações recíprocas, numa disputa eleitoral, que pouco tempo depois se transformam em elogios mútuos?
Ou, ao contrário, de elogios numa campanha se transformarem em críticas de parte a parte.
Os exemplos são muitos, Brasil afora, e Alagoas não fé exceção nesse contexto.
Da eleição municipal de 2020 para cá, o prefeito JHC, em Maceió, e seus colegas de interior foram obrigados a mudar seus conceitos e suas equipes.
Em 2022, o governador Paulo Dantas ouviu durante a campanha algumas coisas desfavoráveis e hoje alguns desses desafetos de passado recente estão ao seu lado.
Para a grande maioria dos protagonistas políticos, o que vale mesmo é chegar ao poder e dele usufruir o máximo que puder.
No âmbito nacional, Geraldo Alkimim chegou a dizer cobras e lagartos de Lula – até que ele queria ser eleito presidente para “voltar ao local do crime” – mas foi imposto pelo sistema como vice da sua chapa e hoje compartilha decisões com o tradicional adversário, na condição de seu vice-presidente.
Marina Silva virou ministra do Meio Ambiente do governo Lula, mas, ex-petista, virou dissidente do PT, criou um próprio partido e durante bom tempo praticou oposição aos ex-companheiros de legenda, até admitindo durante um tempo que Lula mereceu ser condenado e preso por crimes que cometeu.
Vergonha? Honra? Palavra? Isso não conta para o político, de maneira geral.
“Mude suas opiniões, mas não perca os seus princípios”, como sugere o ditado citado na abertura deste texto, é letra morta na política brasileira, com raríssimas exceções.
Oportunismo, ambição, ganância e poder são os requisitos que valem.
Afinal, citando outro dito popular, “é assim que a banda toca”.
Lamentavelmente…
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