Brasil

Estupro coletivo: polícia aguarda laudos e nega prisões de suspeitos

27/05/16 - 18h43


A Polícia Civil quer ouvir novamente a adolescente de 16 anos vítima de um estupro coletivo em comunidade da zona oeste do Rio de Janeiro, além de colher o depoimento de quatro suspeitos de envolvimento no crime já identificados. Os investigadores também aguardam o laudo final do exame de IML (Instituto Médico Legal) da vítima. Ainda não há certeza de quantos criminosos participaram do crime — a polícia trabalha com o número de 30 a 36 suspeitos.

Diferentemente do informado na noite de quinta-feira (26), os suspeitos não tiveram a prisão pedida pela polícia. Após depoimentos, se necessário, a polícia pode encaminhar os pedidos à Justiça, segundo afirmou no começo da tarde desta sexta-feira o delegado da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), Alessandro Thiers. Os investigadores querem "colher depoimentos e agir de forma técnica", acrescentou.

— A polícia não verificou a necessidade de pedir a prisão das pessoas.

Lucas Santos, de 19 anos, e Raphael Assis, de 41 anos, são suspeitos de envolvimento no estupro. Lucas era namorado da adolescente. Raphael é o homem que tirou uma selfie postada nas redes sociais em que ele aparece ao lado da vítima desacordada.

Já Marcelo Correa, de 18 anos, e Michel Brazil, de 20 anos, são suspeitos de divulgar o vídeo da garota nua e desacordada após o crime nas redes sociais. Segundo a polícia, os advogados já entraram em contato para marcar os depoimentos.

Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), disse que a "preocupação principal é a proteção da adolescente". Ela ainda disse que, caso a família solicite, o programa de proteção à testemunha estará à disposição da vítima.

— O secretário de Assistência Social receberá [a família] na segunda-feira e elas serão indagadas se querem entrar em algum programa de proteção.

A polícia investiga os crimes de estupro de vulnerável (uma vez que a vítima teria sido dopada) e divulgaçao de pornografia.

Questionado se a polícia tem certeza do crime, o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, afirmou "a convicção da pessoa é livre, pode afirmar qualquer coisa. Ver a foto e dizer que teve estupro. Mas a polícia não pode falar isso sem o laudo". Os policiais já tiveram acesso a um laudo preliminar, mas Veloso não revelou o resultado.