Polícia

Exame de DNA causa reviravolta em caso de criança estuprada e morta em Marechal

TNH1 com Ascom Perícia Oficial | 16/04/20 - 07h10
Arquivo/Redes Sociais

O Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalistica de Alagoas divulgou nessa quarta-feira (15), o resultado do exame de DNA do caso da morte da menina Mariane Vieira Marques Barbosa, de 11 anos. O laudo causou uma reviravolta nas investigações que apuram o assassinato da menor, ocorrido no dia 11 de fevereiro deste ano.

O resultado do exame de DNA foi encaminhado para a a Delegacia de Marechal Deodoro, responsável pela investigação do crime, que o enviou para a Justiça. Ao ser comunicado do resultado, o juiz de Direito da 1ª Vara Cível e Criminal da Infância e Juventude de Marechal Deodoro determinou a imediata liberação do jovem C. H. N.

Indiciado como principal suspeito do crime, C. H. N. que era namorado de uma prima da vítima foi apreendido após testemunhas afirmarem que a vítima teria sido vista com vida pela última vez na sua companhia. Mas, em depoimento no 17° Distrito Policial de Marechal Deodoro, o jovem negou a autoria do crime, dizendo que não teve participação e que o resultado do exame de corpo de delito daria negativo, porque ele não teria praticado o referido ato.

Os trabalhos da perícia criminal iniciaram quando o corpo de Mariane Vieira foi encontrado despido e com sinais de violência sexual no conjunto Erick Ferraz, no bairro Poeira em Marechal Deodoro. A preservação correta do local do crime, permitiu ao perito criminal identificar vestígios que indicavam se tratar de um crime sexual.

No Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima em Maceió, para onde o corpo foi levado, o exame cadavérico confirmou que a menina foi vítima de estupro e morta por asfixia por esganadura. Na necropsia, o médico legista tambem coletou várias amostras de material biológico na genitália e nas unhas da estudante. 

De acordo com a chefe do Laboratório de Genética Forense de Alagoas, perita criminal Rosana Coutinho, esse conjunto de fatores e a cadeia de custódia das amostras permitiu a realização do exame de DNA. Ela explicou que essas amostras foram encaminhadas ao IC para serem confrontadas com o material biológico do principal suspeito de cometer o crime.

"O exame consistiu na extração do DNA do material biológico encontrado no corpo de Mariane e nas  amostras  do jovem C. H. N. coletadas no laboratório. Após essa fase, fizemos o confronto entre entre essas amostras para se chegar ao resultado descrito no laudo," afirmou a chefe do laboratório.

Rosana que foi responsável pelo exame, explicou que foram analisados 5 (cinco) suabes coletados da região vaginal; 01 (um) suabe coletado da região anal; 10 (dez) unhas coletadas dos dedos das mãos; 01 (um) suabe coletado da mucosa oral; e 01 (suabe) coletado do sangue cardíaco da vítima fatal. Do suspeito, a perita recebeu 02 (dois) suabes coletados da mucosa oral.

"Conseguimos identificar nas amostras questionadas uma mistura de perfis genéticos autossômicos, sendo um perfil genético da vítima juntamente com pelo menos um perfil de contribuinte masculino. Considerando-se os resultados alcançados, chegou-se à conclusão que o jovem C. H. N. não é o doador do material genético masculino encontrado nas amostras coletados nas regiões vaginal e anal da vítima." explicou Rosana.

A perita ressalta que, o resultado desse exame mostra a importância da prova pericial, que trás sempre a verdade dos fatos, tanto no sentido de confirmar a autoria de crimes, quanto para a comprovação de inocência, como no caso em questão.

Os materiais biológicos remanescentes foram lacrados e permanecerão acautelados no Instituto de Criminalística para a eventualidade de uma nova perícia, em conformidade com o que preceitua o Art. 170 do CPP.