Tramitam na Câmara Municipal de Maceió dois projetos de lei que regulamentam o funcionamento dos food trucks. "Caminhão de comida", na tradução do inglês, os veículos que comercializam comidas rápidas já se espalharam por Maceió, se tornando um importante e crescente nicho do mercado de alimentos aqui e em todo o país.
Segundo uma das propostas, os trailers devem ser instalados a 500 metros de qualquer outro estabelecimento comercial do mesmo ramo, além de especificar um tamanho para o veículo. A proposta também quer vetar a comercialização de bebidas alcoólicas.
O TNH1 conversou com os autores dos projetos, os vereadores Silvio Camêlo (PV) e Chico Filho (PP).
Camêlo explicou que o objetivo do texto é regulamentar a atividade dos food trucks, que “têm agido de qualquer modo”.
Para justificar a medida, ele dá exemplo do que acredita ser uma conduta desleal: “Imagine o cara que tem uma empresa de comida japonesa, fazendo tudo certinho, pagando impostos, inclusive os trabalhistas. Aí outro cidadão monta um food truck para vender a mesma coisa e bota na porta do primeiro, que às vezes está lá há mais de 30 anos, não é justo”, argumenta.
O vereador defende que a regulamentação é urgente. “A região mais nobre da cidade está toda ocupada por food trucks, uma concorrência desumana e desigual. Não somos contra, mas tem que haver uma regulamentação”, diz.
Já Chico Filho, autor do projeto mais antigo, que se arrasta no Legislativo, disse que vem conversando com as partes interessadas na regulamentação, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Alagoas (Abrasel) e com a Associação dos Donos de Food Trucks, para que entrem em acordo.
De acordo com Chico Filho, as propostas de Camêlo seriam de autoria da Abrasel, e seriam o ponto de discordância. Ainda segundo ele, as partes concordaram que a distância entre os comércios deveria ser de 200 metros, e as demais exigências foram derrubadas em reuniões.
“O food truck sempre existiu, mas nunca houve regulamentação do que pode e do que não pode ser feito por eles. O que devemos fazer é apreciar um projeto amadurecido, onde se pontue o que é melhor para o município”, afirma Chico Filho.