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Febre maculosa: cidade de Salto notifica primeira morte suspeita da doença

A vítima, uma adolescente de 15 anos, estava internada desde 20 de julho. A doença é causada pela bactéria Rickettsia ricketsii, transmitida pelo carrapato

31/07/18 - 21h05
Ashley Prytherch/Royal Surrey County Hospital NHS Foundation Trust1/VEJA/VEJA


Mais uma morte por suspeita de febre maculosa foi notificada no estado de São Paulo, desta vez na cidade de Salto, interior de São Paulo. A vítima, Laura Bertajoni Vicente, de 15 anos, morreu no domingo, mas estava internada em um hospital de Campinas desde 20 de julho, depois de reclamar de dores de cabeça. Segundo a imprensa local, a adolescente teve choque séptico (infecção generalizada que causa falência de órgãos). 

A Prefeitura de Salto informou que a cidade registrou um caso positivo para a doença no início do ano. Se confirmada, esta será a primeira morte registrada na cidade este ano em decorrência de complicações da febre maculosa.

Outros municípios paulistas também têm notificado casos da doença. A prefeitura de Americana, no interior de São Paulo, confirmou nove mortes pelo surto de febre maculosa que atinge o município. Já foram notificados 46 casos da doença, embora apenas dez tenham sido confirmados; 14 aguardam resultados de exames e 22 foram descartados. Os números foram atualizados na semana passada.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo este ano foram notificados 32 casos de febre maculosa, com 14 mortes. Em 2017, houve registro de 29 casos em que o paciente se recuperou da doença e 32 óbitos. Em 2016, as mortes chegaram a 37. O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do estado aponta que os números de febre maculosa vem caindo anualmente.

Na região Norte do Brasil, um caso foi registrado, mas o paciente foi tratado e se recuperou da condição.

Febre maculosa

A febre maculosa é uma doença infecciosa febril aguda, causada pela bactéria Rickettsia ricketsii, transmitida através da picada de carrapatos, principalmente o estrela, que pode ser encontrado em várias regiões do país como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Distrito Federal e parte da Bahia. Entre os sintomas estão: febre, em geral alta; cefaleia (dor de cabeça), mialgia intensa (dor muscular), mal-estar generalizado, náuseas e vômitos. A febre maculosa não oferece risco de transmissão direta entre humanos.

Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado, a gravidade da doença é variável, mas 93% dos casos necessita de hospitalização; Se não tratada, a febre maculosa pode matar em até dez dias depois do contágio. O tratamento é realizado através de antibiótico (com doxiciclina, preferencialmente, ou cloranfenicol) e tem impacto importante na redução da letalidade da doença.

Prevenção

Qualquer pessoa que esteja em risco de entrar em contato com carrapatos, recomenda-se usar de roupas claras para facilitar  a visualização do carrapato, proteger as partes expostas do corpo e examinar o corpo a cada três horas. Caso tenha uma carrapato grudado na pele, retire-o com cuidado, fazendo uma leve torção para removê-lo. Se apresentar algum dos sintomas da doença (de dois a 14 dias depois do contato) procure o serviço médico.