O CRB viajou na tarde desta quarta-feira (14) para o Paraná, onde enfrenta o Londrina na sexta-feira (16), pela 37ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O técnico Roberto Fernandes concedeu entrevista coletiva na última terça (13), no CT Ninho do Galo, mostrou confiança pelo que o time apresentou na reta final da Segundona, mas alertou para a dificuldade de jogar com o Londrina, que briga pelo acesso.
"O Londrina está há 11 jogos sem perder. O Londrina vai fazer o último jogo diante do torcedor e está na briga real pelo acesso. Então, meu amigo, pedreira maior do que isso eu não preciso. Já vai ser uma bronca muito grande pegar os comandados do Roberto Fonseca. Tem um ataque extremamente positivo. Tem para mim o atacante de melhor qualidade da divisão. O Dagoberto faz diferença. Bola que um atacante normal chuta querendo estourar, ele tem a frieza da grande área. É um jogador que não precisa de duas oportunidades no jogo. Se você der essas duas oportunidades, uma ele vai guardar. É um jogo de bastante dificuldade, mas estou confiante. A reta final do CRB, acho que nos dá essa confiança. Se o CRB tivesse tendo esse aproveitamento que tem nos últimos jogos, durante toda a competição, a gente estava livre do rebaixamento faz tempo", analisou.
A vitória do Paysandu sobre o Figueirense em Santa Catarina, na abertura da 37ª rodada, complicou a situação do Regatas. O Galo tem 42 pontos e caiu para a 17ª posição, entrando na zona do rebaixamento. O Paysandu chegou aos 43 e assumiu a 16ª colocação. O CRB precisa vencer o Londrina para depender das próprias forças para evitar o rebaixamento. Fernandes alertou que o Alvirrubro não tem mais margem para errar.
"Acho que prevalece o equilíbrio geral. Por exemplo, no último jogo, nós buscamos um ponto importante fora de casa. Mas esse ponto poderia ter sido três. Um pela participação decisiva da arbitragem, que já deu, já passou da conta. E a outra porque mais umas vez, a gente toma um gol antes dos cinco minutos de jogo. Foi falta de treinamento? Não, é falta de concentração, falta de atenção. É entender que a nossa margem de erro não é a mesma que nós tínhamos no início da competição, que não era eu ainda. Fomos chegando num momento onde afunilou a competição. Hoje, quem está na briga real pelo acesso e na briga real contra o rebaixamento são equipes que não têm margem para erro. Quem tem margem para erro é quem está acima dos 46 pontos e também não tem mais pontuação para acesso. Essas equipes estão simplesmente cumprindo tabela e esperando terminar a competição".
O CRB enfrenta o Londrina nesta sexta-feira, às 20h30 (horário de Alagoas), no Estádio do Café, em Londrina, Paraná. O Portal TNH1, a TV Pajuçara e a Rádio Pajuçara FM Maceió - 103,7 acompanham a partida.
Veja outros trechos da entrevista.
Willians Santana e Iago
"O Willians Santana vai para o jogo. É um jogador que está numa fase muito boa. O Willians agrega hoje não só a função de um meia, mas também de um atacante. Um cara que tem feito gols importantes, aparece a todo instante para decidir jogo. É um jogador importantíssimo. E agora temos a volta do próprio Iago, que ficou fora da última partida. Com certeza tem o seu retorno à equipe".
Arbitragem
"Continuo preferindo não acreditar em conspiração. Tem um ditado popular, acho que é português, que diz: "Eu não acredito em bruxas, mas que existem, existem". Eu prefiro continuar não acreditando em conspiração, porque aí é a desmoralização completa do futebol. É fazer o torcedor de otário, porque ele vai lá para o campo, grita, esperneia, reclama com torcedor, xinga jogador, faz o raio que o parta. E do lado de cá os profissionais trabalham, procuram fazer o seu melhor, e nada disso vale, o que vai valer seria uma má intenção de forças ocultas? Aí é o fim realmente... É a institucionalização da corrupção no futebol. Eu prefiro não acreditar nisso".
"Agora, a sucessão de erros está demais. Está dando essa margem da gente pensar nisso. Mas tenho todos os subsídios para acreditar. Porque o gol anulado contra o São bento e o gol anulado contra o Criciúma foram absurdamente imoral. Pode xingar à vontade que o treinador está chorando, não é você que trabalha pra caramba, que faz o seu trabalho, obtém o resultado e por um erro passa a ter seu trabalho questionado. São dois erros de arbitragem consecutivos, que dariam hoje, praticamente, a garantia matemática do CRB".
"O jogo contra o Criciúma foi 3 a 3, se nós temos o nosso quarto gol validado, teríamos dois pontos a mais, 44. Para o São Bento, nós perdemos por 1 a 0. Se o nosso gol é validado, nós teríamos um ponto, nós tínhamos 45 pontos, meu filho. Vocês estão brincando, achando que treinador e jogador são Deus? Você tem que fazer acima das suas forças? Não, não. Nós tivemos três pontos nessa reta final, nos dois últimos jogos fora de casa, tirados do CRB".
"Existe o erro de fato e o erro de direito. Você tem direito a isso. O outro é aquilo que é um fato, aquilo aconteceu. O gol é você colocar a bola lá dentro daquela trave, de forma legal. Nós fizemos isso duas vezes fora de casa. São três pontos que estariam deixando hoje o CRB com 45 pontos, precisando de no máximo um empate nos últimos dois jogos. E não nessa sangria que estamos, que conforme for o resultado do início da rodada, talvez o CRB precise de duas vitórias".
Marcelo de Lima Henrique
"Não poderia ter uma escolha melhor. Acho muito difícil os dois gols que tivemos anulados fora de casa, com a arbitragem do nível do Marcelo, acontecer esse tipo de erro. Se acontecer, é o fim da picada. Aí realmente fica muito esquisito. O que tenho passado aos atletas é para nos preocuparmos com o Londrina, que por si só já é a grande preocupação".
Mala branca
"Cara, eu não me preocupo muito com mala branca não. Acho que a concentração, o foco, o comprometimento pesam mais que simplesmente a mala branca. Se mala branco por si só resolve, Estados Unidos, China, a própria Rússia, que foi dona de uma das Copa do Mundo, que são países milionários, já teriam ganho Copa do Mundo. Ofereça o dinheiro do mundo, quando bater com Alemanha, Brasil, as principais seleções, pode oferecer o dinheiro do mundo que não vai ganhar".
"É importante, você tem que estar atento. Mas para mim, não define. O que define é comprometimento. Se você chegar agora e oferecer o dinheiro que você quiser, por exemplo, para uma equipe que está seriamente ameaçada de rebaixamento e disser: "Agora eu troco esse dinheiro aqui por cinco pontos a mais na tabela". Os jogadores inteiros trocariam, porque sabem o peso, a marca e a mancha de um rebaixamento. Se pensasse assim desde o início, era muito mais difícil chegar com equipes com a qualidade que o CRB tem nesta situação".
"Nós temos um grupo, na minha opinião, que não deve nada a ninguém. Mesmo nas derrotas, foram duas sob o meu comando apenas, as duas fora de casa, a equipe teve uma postura de jogar de igual para igual. As duas derrotas que tivemos foram uma para a Ponte Preta, com gol de bola parada, pelo placar mínimo, e a outra para o São Bento, que empatamos o jogo com um gol legal e anularam nosso gol. Temos um grupo de qualidade, tenho confiança nesse grupo. A pontuação que a gente tiver que ter nessas duas últimas rodadas, acho que o grupo tem capacidade sim de buscar esses pontos".
João Carlos
"João Carlos é acima da média. É um goleiro frio. É um goleiro cirúrgico. Dificilmente você vê uma ponte do João Carlos. Dificilmente você vê uma defesa plástica do João Carlos. Por quê? Porque ele está sempre bem colocado. Ele está onde a bola vai. É um baita de um goleiro. Sem dúvida alguma é um dos responsáveis por ainda estarmos nessa briga, porque se não poderíamos estar fora. É um dos responsáveis. Apesar de o CRB estar na 16ª posição, nossa defesa está na metade da tabela para cima. O João tem participação direta nisso aí".
