Polícia

Filha tentou evitar que a mãe fosse baleada pelo pai policial, aponta investigação

24/01/18 - 10h04
TNH1/Arquivo

A filha de 13 anos do cabo da PM Ivan Augusto tentou evitar que a mãe, Expedita da Silva, 37, fosse baleada pelo pai, na tarde da última sexta-feira, 19, dentro de casa, no bairro do São Jorge. A informação é do delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito Policial, que está com a investigação. Ele descobriu que a filha do casal segurou o braço do pai na tentativa de evitar os tiros, mas sem sucesso. Expedita foi baleada sete vezes e, ontem, morreu no Hospital Geral do Estado. O caso passa agora para a Delegacia de Homicídios.

 

A investigação descobriu ainda que o PM andava sempre com duas armas e tinha um histórico violento com a família, ainda que nunca tenha sido denunciado formalmente. “Esses casos nunca chegaram ao nosso conhecimento, apenas depois que aconteceu o assassinato. De acordo com os depoimentos, ele era uma pessoa muito agressiva. Sempre pedia desculpa à mulher e à filha, que acabavam relevando a situação”, contou, em entrevista ao TNH1.

O delegado, ainda dando andamento à investigação, ouve mais duas testemunhas na manhã desta quarta-feira. Ele revelou que deu entrada no pedido de prisão preventiva do PM, que estava foragido até a noite de ontem, quando se entregou no Quartel Geral, no centro.

Feminicídio

O crime pode ser classificado como feminicídio, de acordo com o chefe da Delegacia de Homicídios, Eduardo Mero. Isso porque o caso se enquadra em dois pontos, com base no Código Penal, que definem o feminicídio: violência doméstica e familiar e na presença de descendente da vítima, o que aumenta a pena em um terço até a metade.

A Corregedoria da PM vai abrir processo administrativo para apurar a situação do militar. “Ele será julgado na justiça comum e também será aberto um processo administrativo na Corregedoria. Após a conclusão, que deve acontecer dentro de 30 dias, o cabo poderá ou não ser expulso da corporação”, expôs Klinger Mário, corregedor da PM.