Saúde

Fisioterapia pode ser uma aliada no combate à enxaqueca; entenda

Assessoria | 08/06/22 - 12h05
Foto: Freepik

Há sete anos, a arquiteta Helena Di Marco tem sofrido com enxaquecas, que ficaram mais frequentes nos últimos três anos. Tendo sido diagnosticada por uma neurologista, ela descobriu que a doença é desencadeada por tensão muscular. Quando percebeu que as crises ficaram mais frequentes, a médica recomendou que Helena buscasse a fisioterapia para ajudar no alívio da dor e, também, para não depender tanto de medicamentos.

Apesar de ser um caminho pouco conhecido, assim como em muitas lesões, a fisioterapia pode ser uma aliada no combate à cefaleia. Segundo Rosivaldo Ferreira, preceptor do estágio em Fisioterapia Traumato-ortopédica do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), é comum que o paciente não procure esse tipo de intervenção no começo dos sintomas, mas sim, quando já está desencadeado um grande desequilíbrio, o que dificulta o tratamento.

Ferreira conta que é necessário, primeiramente, encontrar as causas dessas dores e tratar essa disfunção. “Ao procurar um fisioterapeuta, o paciente não pode ir pensando em fazer apenas liberação miofascial, pois estaremos muitas vezes resolvendo a consequência e não a causa. Quando feita uma boa avaliação, encontrando a causa das dores, sejam musculaturas, do sistema estomatognático, região cervical, ombros ou mesmo vícios posturais, conseguimos gerar o cessamento dos sintomas, que diminuem a qualidade de vida do nosso paciente, aumentando assim sua autoestima e produtividade durante o dia”, conta.

O uso de técnicas de estabilização postural e estabilização central, como pilates, RPG, isostretching ou técnicas de agulhamento à seco e acupuntura, podem auxiliar na diminuição dos sintomas causados pela cefaléia. Além disso, o tempo que o paciente demorou a procurar fisioterapia e o quanto ele coopera no dia a dia para o não aparecimento dos sintomas, diminuindo as cargas e esforços repetitivos em estruturas já sobrecarregadas, podem interferir positivamente no tratamento. 

Seguindo esses passos, Helena já descobriu que ao ficar muito tempo sentada no computador sobrecarregava sua coluna cervical, o que ativa a crise. Além disso, noites mal dormidas e estresse pioram o quadro. 

“Com a fisioterapia, libero os pontos de tensão e gatilhos da minha enxaqueca. Faço duas sessões por semana e não tenho mais tomado medicamentos tão frequentemente como antes. Regulo meus horários de sono, banhos quentes constantes e tento dar intervalos entre meus horários de trabalho no computador, além de realizar alongamentos: tudo para não ter mais crises”, relata.

Sobre a intervenção fisioterapêutica, o preceptor avalia: “Os resultados obtidos no tratamento e prevenção das lesões geram melhora mais duradoura quando comparada à intervenção medicamentosa em um contexto geral, onde muitas vezes, por ser a opção mais fácil, o medicamento é escolhido pelo paciente, pela praticidade e não necessitar mudar sua rotina, porém tratando muitas vezes as consequências [dores] e não as causas [desequilíbrios]. O uso de medicamentos, muitas vezes, só irá reduzir as consequentes dores de cabeças geradas pelos desequilíbrios”.