O governador Renan Filho (PMDB) comentou na manhã desta sexta-feira (27), o aumento do número de homicídios, a onda de violência no Estado e o lançamento de novo concursos para mais mil policiais militares. Para ele, o Estado tem combatido as ações criminosas de forma constante com, por exemplo, as novas contratações dos policiais militares.
O comentário foi feito durante a cerimônia de lançamento do projeto de implantação do Sistema Integrado de Administração Financeira e Contábil do Estado, o Siafe Alagoas, que substitui o antigo Siafem, realizado no Teatro Gustavo Leite.
“Já contratamos oitocentos, mas deveremos, em pouco tempo, contratar novos policiais, mais mil. Na bonança dos últimos dez anos, na época do grande crescimento econômico do Brasil, Alagoas só contratou dois mil policiais militares, eu contratei oitocentos, coloquei mais trezentos dos gabinetes militares nas ruas, acabando com o gabinete do Governador, da Assembleia Legislativa do Tribunal de Justiça, da Procuradoria Geral, do Tribunal de Contas e da prefeitura de Maceió, e vamos contratar mais mil”, afirmou.
Renan Filho avaliou a questão dos conflitos em presídios no Brasil, e disse acreditar que estes ocorrem em decorrência de uma disputa pelo domínio do tráfico de drogas internacional. Para ele, Alagoas tem trabalhado para reduzir a criminalidade.
“[A questão dos conflitos] É muito complexa. Estamos com o maior número de apreensão de drogas da história, o maior número de apreensão de armas da história, a maior capacidade de recuperação de carros roubados da história... Temos que seguir trabalhando. O problema é que o tráfico é internacional. Vocês viram o que aconteceu no Norte do país, uma disputa clara de facções para saber quem comanda o tráfico internacional e mortes dentro de presídios, de maneira que a análise tem que ser profunda, e é isso que nós temos feito”, pontuou.
Tropas federais
O governador também comentou possibilidade do envio de tropas federais para conter a crise no sistema prisional do Brasil. Renan falou sobre a reunião que terá com o Ministro da Justiça, onde reforçará o pedido de transferências de presos perigosos para presídios federais.
“É importante que o Exército venha fazer vistoria, mas os senhores sabem que se tem uma coisa que nós não paramos é de fazer vistorias em presídios. Temos apreendido armas, drogas e aparelhos celulares, mas eu vou pedir ao ministro coisas como as transferências de presos de alta periculosidade, porque já foi solicitado e até agora não foi deferido, e há vagas sobrando. São essas cosias que precisam ser discutidas claramente. Agora toda ajuda é bem vinda”, disse Renan Filho.
Ampliação do Sistema Prisional
Renan Filho afirmou que deverá ampliar o sistema prisional, com a possibilidade da construção de uma nova unidade em Alagoas e da criação de trezentas novas vagas na nova Penitenciária de Segurança Máxima, inaugurada recentemente em regime de emergência para realocar presos ameaçados de morte por facções rivais.
“Nós vamos anunciar publicamente que vamos ampliar em mais trezentas vagas a Penitenciária de Segurança Máxima, recém aberta, vamos ampliar o Cyridião [Durval], vamos ampliar o Cadeião, vamos construir uma cerca de segurança máxima no entorno do complexo prisional do Baldomero Cavalcante e vamos enfrentar o desafio de, talvez, construir num novo presídio em outro lugar do Estado”, afirmou.
Ainda assim, o governador disse que o Estado não deverá promover um concurso público para agentes penitenciários no Estado. “Concurso, não. Abri o presídio de segurança máxima, de forma emergencial, com apoio das forças militares, e a ideia é que a gente siga o modelo sem necessariamente necessitar de concursos públicos para essa seara, porque a gente demoraria muito e isso é solução "para o ano que vem"”, concluiu.
