Polícia

Grupo recolhia extratos bancários no lixo de agências para identificar vítimas de golpes

30/11/15 - 12h13

Um dos líderes da quadrilha foi preso nesta segunda (Crédito: TNH1 / Erik Maia)

Um dos líderes da quadrilha foi preso nesta segunda (Crédito: TNH1 / Erik Maia)

Alguma vez você imaginou que o extrato bancário da sua conta, jogado na lixeira da agência, poderia ser usado por criminosos? Em Alagoas isso acontecia havia alguns anos. Um grupo criminoso desarticulado pela Polícia Civil nesta segunda (30) revelou que usava os saldos e extratos para identificar possíveis vítimas de golpes, que em sua maioria era servidor público.

De acordo com o delegado Vinícius Ferrari, os integrantes do grupo recolhiam os papéis bancários nas lixeiras das agências e identificavam quem era servidor público, geralmente com altos valores em conta.

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A quadrilha pesquisava no Diário Oficial dados que eram necessários para realizar compras pela internet ou por telefone e adquiria IPads e IPhones em nome das vítimas, que tinham o produto cobrado na fatura, sem ter recebido. Os aparelhos chegavam nas residências dos criminosos.

O golpe foi desenvolvido por Willames Adalberon, preso nesta segunda, em Maceió. O preso teria confessado a autoria do plano. Também são apontados como integrantes do bando: Alisson Mikael da Silva Santos, Felipe da Silva Rodrigues, Márcio Adalberon Ursulino (irmão de Willames), Aderval Nogueira e Jonathan Lopes Rodrigues, conhecido como John. Ele também é apontado como líder e seria namorado de Willames.

Já presos estavam “Wilker” e “Bruno Gordinho”. John Lenon Lopes Rodrigues, outro integrante, foi morto, na cidade de Flexeiras, em agosto do ano passado.

Sequestro relâmpago

A prática do grupo criminoso foi descoberta após o sequestro relâmpago de um médico alagoano, que foi obrigado a realizar compras para o grupo em seu cartão de crédito. A polícia não revelou quando foi registrado esse crime, mas disse que, a partir de então a quadrilha começou a ser investigada.

A polícia descobriu que o grupo levantava informações sobre as vítimas, procurava saber a rotina da família, verificava seu poder aquisitivo e praticava o roubo. Com o dinheiro, comprava joias, roupas de grife, carros e motos. Eles eram conhecidos como “Quadrilha da ostentação”.