Maceió

Idosa de 75 anos resgatada de casa em Riacho Doce após fortes chuvas segue em abrigo

TNH1 com Ascom Defesa Civil | 11/06/22 - 10h52
Gabriel Moreira/Secom Maceió

Duas horas da manhã do dia 26 de maio de 2022, quinta-feira. Enquanto a maioria dos maceioenses, que mora em locais seguros, dormia tranquilamente, dona Francisca, 75 anos, moradora de uma área de risco localizada no Alto do Cruzeiro, em Riacho Doce, era retirada de sua casa para ter sua vida salvaguardada. Agentes operacionais e sociais foram acionados por volta das 23h do dia anterior.

Leandro Manoel, líder comunitário na região, foi quem acionou a Defesa Civil. Ele também integra o grupo de 44 Núcleos Comunitários de Defesa Civil (NUDEC’s) e desde as primeiras horas da quarta-feira percorreu as comunidades do bairro, a fim de alertar a população sobre os riscos de deslizamentos e desabamentos em decorrência das chuvas que caíam em Maceió.

Naquele dia, os pluviômetros registraram 145 mm em 24h. Uma mensagem de texto foi enviada às 9h49 da manhã para toda a população maceioense, alertando para o alto risco de deslizamento de massa, orientando a população que reside nessas áreas a procurarem local seguro, na casa de parentes ou nos abrigos municipais. Dona Francisca e seus familiares não atenderam ao chamado.

A intervenção de Leandro foi de extrema importância para que a família fosse convencida a ser retirada do local. Como integranten do Nudec, Leandro, passou pelo curso de formação e recebeu todas as orientações necessárias para essa atuação, a exemplo dos demais participantes dos Núcleos. “O curso foi muito importante para que eu pudesse estar preparado em um momento como esse”, afirmou Leandro.

Mesmo com todo o trabalho do Nudec, na tentativa de convencimento para que Dona Francisca e sua família saíssem do local, eles insistiam em ficar. Após a chegada dos agentes sociais e operacionais, em algumas horas de conversa, as equipes tiveram êxito.

A RETIRADA

O local é de difícil acesso. Pouco iluminado e escorregadio. Chovia muito naquela madrugada, o que dificultava ainda mais o trabalho dos agentes. “Nós não poderíamos permitir que aquela família permanecesse no risco. Nossa missão é garantir que as vidas sejam salvas”, enfatiza o Diretor Social, Eugênio Dantas, que esteve no local desde o início da ocorrência.

Com dificuldade de locomoção, a idosa precisou ser carregada pelos agentes até a parte de cima da barreira. Um ônibus já aguardava Dona Francisca e sua família. Ao todo, seis adultos e três crianças saíram no local. A barreira na frente das três casas de taipa já havia deslizado, e com o solo saturado as chances de um novo deslizamento eram altas.

As famílias foram levadas para o novo abrigo municipal, montado de forma preventiva para receber as famílias desalojadas nesse período chuvoso.